O ANÚNCIO DO CALVÁRIO
Mateus 16:21-23
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Marcos 8:31-33
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Lucas 9:22-27
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Desde então começou
Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer
muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e
ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia.
E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens[1]. |
E começou a
ensinar-lhes que importava que o Filho do homem padecesse muito, e que fosse
rejeitado pelos anciãos e príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que
fosse morto, mas que depois de três dias ressuscitaria.
E dizia abertamente estas palavras.
E Pedro o tomou à
parte, e começou a repreendê-lo.
Mas ele, virando-se,
e olhando para os seus discípulos, repreendeu a Pedro, dizendo: Retira-te de
diante de mim, Satanás; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas
as que são dos homens.
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Dizendo: É necessário
que o Filho do homem padeça muitas coisas, e seja rejeitado dos anciãos edos
escribas, e seja morto, e ressuscite ao terceiro dia.
E dizia a todos: Se
alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e
siga-me.
Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará. Porque, que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo? Porque, qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória, e na do Pai e dos santos anjos. E em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte até que vejam o reino de Deus. |
SEGUNDA PREVISÃO DO CALVÁRIO
Mateus 17:22,23
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Marcos 9:30-32
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Lucas 9:43-45
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Ora, achando-se eles
na Galiléia,
disse-lhes Jesus: O
Filho do homem será entregue nas mãos dos homens;
E matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará. E eles se entristeceram muito. |
E, tendo partido
dali, caminharam pela Galiléia, e não queria que alguém o soubesse;
Porque ensinava os
seus discípulos,
e lhes dizia: O Filho
do homem será entregue nas mãos dos homens,
e matá-lo-ão; e,
morto ele, ressuscitará ao terceiro dia.
Mas eles não entendiam esta palavra, e receavam interrogá-lo. |
E todos pasmavam da
majestade de Deus. E, maravilhando-se todos de todas as coisas que Jesus
fazia, disse aos seus discípulos:
Ponde vós estas
palavras em vossos ouvidos, porque o Filho do homem será entregue nas mãos
dos homens.
Mas eles não entendiam esta palavra, que lhes era encoberta, para que a não compreendessem; e temiam interrogá-lo acerca desta palavra. |
TERCEIRA PREVISÃO DO CALVÁRIO
Mateus 20:17-19
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Marcos 10:32-34
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Lucas 18:31-34
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E, subindo Jesus a Jerusalém,
chamou à parte os seus doze discípulos, e no caminho disse-lhes:
Eis que vamos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes, e aos escribas, e condená-lo-ão à morte. E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará. |
E iam no caminho,
subindo para Jerusalém; e Jesus ia adiante deles. E eles maravilhavam-se, e
seguiam-no atemorizados.
E, tornando a tomar
consigo os doze, começou a dizer-lhes as coisas que lhe deviam sobrevir,
Dizendo: Eis que nós subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes, e aos escribas, e o condenarão à morte, e o entregarão aos gentios. E o escarnecerão, e açoitarão, e cuspirão nele, e o matarão; e, ao terceiro dia, ressuscitará. |
E, tomando consigo os
doze,
disse-lhes: Eis que
subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos
profetas foi escrito;
Pois há de ser entregue aos gentios, e escarnecido, injuriado e cuspido; E, havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará. E eles nada disto entendiam, e esta palavra lhes era encoberta, não percebendo o que se lhes dizia. |
Fonte: jw.org
CONSPIRAÇÃO PARA MATAR JESUS
Mateus 26:1-5
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Marcos 14:1,2
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Lucas 22:1-5
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João 11:45-57
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E aconteceu que,
quando Jesus concluiu todos estes discursos, disse aos seus discípulos:
Bem sabeis que daqui a dois dias é a páscoa;
e o Filho do homem
será entregue para ser crucificado.
Depois os príncipes
dos sacerdotes, e os escribas, e os anciãos do povo reuniram-se na sala do
sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás.
E consultaram-se mutuamente para prenderem Jesus com dolo e o matarem. Mas diziam: Não durante a festa, para que não haja alvoroço entre o povo. |
E dali a dois dias
era a páscoa, e a festa dos pães ázimos;
e os principais dos
sacerdotes e os escribas buscavam como o prenderiam com dolo, e o matariam.
Mas eles diziam: Não
na festa, para que porventura não se faça alvoroço entre o povo.
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Estava, pois, perto a
festa dos pães ázimos, chamada a páscoa.
E os principais dos
sacerdotes, e os escribas, andavam procurando como o matariam;
porque temiam o povo.
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Muitos, pois, dentre
os judeus que tinham vindo a Maria, e que tinham visto o que Jesus fizera,
creram nele.
Mas alguns deles foram ter com os fariseus, e disseram-lhes o que Jesus tinha feito. Depois os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram conselho, e diziam: Que faremos? porquanto este homem faz muitos sinais. Se o deixamos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação. E Caifás, um deles que era sumo sacerdote naquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis, Nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação. Ora ele não disse isto de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação. E não somente pela nação, mas também para reunir em um corpo os filhos de Deus que andavam dispersos. Desde aquele dia, pois, consultavam-se para o matarem. Jesus, pois, já não andava manifestamente entre os judeus, mas retirou-se dali para a terra junto do deserto, para uma cidade chamada Efraim; e ali ficou com os seus discípulos. E estava próxima a páscoa dos judeus, e muitos daquela região subiram a Jerusalém antes da páscoa para se purificarem. Buscavam, pois, a Jesus, e diziam uns aos outros, estando no templo: Que vos parece? Não virá à festa? Ora, os principais dos sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem para que, se alguém soubesse onde ele estava, o denunciasse, para o prenderem. |
JUDAS NEGOCIA A ENTREGA DE JESUS
“(...) Sem embargo das carinhosas exortações
de Tiago, Judas Iscariotes passou a noite tomado de angustiosas inquietações.
Não seria melhor apressar o triunfo mundano
do Cristianismo? Israel não esperava um Messias que enfeixasse nas mãos todos
os poderes? Valendo-se da doutrina do Mestre, poderia tomar para si as rédeas
do movimento renovador, enquanto Jesus, na sua bondade e simpleza, ficaria
entre todos, como um símbolo vivo da idéia nova.
Recordando suas primeiras conversações com
as autoridades do Sinédrio, meditava na execução de seus sombrios desígnios.
A madrugada o encontrou decidido, na
embriaguez de seus sonhos ilusórios. Entregaria o Mestre aos homens do poder,
em troca de sua nomeação oficial para dirigir a atividade dos companheiros.
Teria autoridade e privilégios políticos. Satisfaria às suas ambições,
aparentemente justas, com o fim de organizar a vitória cristã no seio de seu
povo. Depois de atingir o alto cargo com que contava, libertaria Jesus e lhe
dirigiria os dons espirituais, de modo a utilizá-los para a conversão de seus
amigos e protetores prestigiosos. (...)”
Boa
Nova, Francisco Xavier/ Humberto de Campos
Mateus 26:14-16
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Marcos 14:10,11
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Lucas
22:3-6
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Então um dos doze,
chamado Judas Iscariotes,
foi ter com os
príncipes dos sacerdotes,
E disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata, E desde então buscava oportunidade para o entregar[2]. |
E Judas Iscariotes,
um dos doze,
foi ter com os
principais dos sacerdotes para lho entregar.
E eles, ouvindo-o, folgaram, e prometeram dar-lhe dinheiro; e buscava como o entregaria em ocasião oportuna. |
Entrou, porém,
Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, o qual era do número
dos doze.
E foi, e falou com os principais dos sacerdotes, e com os capitães, de como lho entregaria; Os quais se alegraram, e convieram em lhe dar dinheiro. E ele concordou; e buscava oportunidade para lho entregar sem alvoroço. |
OS PREPARATIVOS PARA A PÁSCOA
Mateus 26:17-19
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Marcos 14:12-16
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Lucas 22:7-13
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E, no primeiro dia da
festa dos pães ázimos,
chegaram os
discípulos junto de Jesus, dizendo: Onde queres que façamos os preparativos
para comeres a páscoa?
E ele disse: Ide à cidade, a um certo homem,
e dizei-lhe: O Mestre
diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a páscoa com os meus
discípulos.
E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a páscoa. |
E, no primeiro dia dos
pães ázimos, quando sacrificavam a páscoa,
disseram-lhe os
discípulos: Aonde queres que vamos fazer os preparativos para comer a páscoa?
E enviou dois dos
seus discípulos, e disse-lhes: Ide à cidade, e um homem, que leva um cântaro
de água, vos encontrará; segui-o.
E, onde quer que
entrar, dizei ao senhor da casa: O Mestre diz: Onde está o aposento em que
hei de comer a páscoa com os meus discípulos?
E ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado e preparado; preparai-a ali. E, saindo os seus discípulos, foram à cidade, e acharam como lhes tinha dito, e prepararam a páscoa. |
Chegou, porém, o dia
dos ázimos, em que importava sacrificar a páscoa.
E mandou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos. E eles lhe perguntaram: Onde queres que a preparemos?
E ele lhes disse: Eis
que, quando entrardes na cidade, encontrareis um homem, levando um cântaro de
água; segui-o até à casa em que ele entrar.
E direis ao pai de
família da casa: O Mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de comer a
páscoa com os meus discípulos?
Então ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado; aí fazei preparativos. E, indo eles, acharam como lhes havia sido dito; e prepararam a páscoa. |
JESUS LAVA OS PÉS DOS DISCÍPULOS
“Ora, antes da festa da páscoa, sabendo
Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como
havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim.
E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse,
E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse,
Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado
nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus,
Levantou-se da ceia, tirou as vestes, e,
tomando uma toalha, cingiu-se.
Depois deitou água numa bacia, e começou a
lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava
cingido.
Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?
Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.
Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo.
Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?
Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.
Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo.
Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os
meus pés, mas também as mãos e a cabeça.
Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos.
Porque bem sabia ele quem o havia de trair; por isso disse: Nem todos estais limpos.
Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito?
Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou.
Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos.
Porque bem sabia ele quem o havia de trair; por isso disse: Nem todos estais limpos.
Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito?
Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou.
Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os
pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros.
Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.
Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.
Na verdade, na verdade vos digo que não é o
servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o
enviou.
Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.
Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.
Não falo de todos vós; eu bem sei os que
tenho escolhido; mas para que se cumpra a Escritura: O que come o pão comigo,
levantou contra mim o seu calcanhar.
Desde agora vo-lo digo, antes que aconteça,
para que, quando acontecer, acrediteis que eu sou.
Na verdade, na verdade vos digo: Se alguém receber o que eu enviar, me recebe a mim, e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.”
Na verdade, na verdade vos digo: Se alguém receber o que eu enviar, me recebe a mim, e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.”
João 13:1-20
A ULTIMA CEIA PASCAL
Mateus 26:20-29
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Marcos 14:17-25
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Lucas 22:14-23
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João 13:21-30
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E, chegada a tarde,
assentou-se à mesa com os doze.
E eles,
entristecendo-se muito, começaram cada um a dizer-lhe: Porventura sou eu,
Senhor?
E ele, respondendo, disse: O que põe comigo a mão no prato[4], esse me há de trair. Em verdade o Filho do homem vai, como acerca dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido. E, respondendo Judas, o que o traía, disse: Porventura sou eu, Rabi? Ele disse: Tu o disseste. E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai. |
E, chegada a tarde,
foi com os doze.
E, quando estavam assentados a comer, disse Jesus: Em verdade vos digo que um de vós, que comigo come, há de trair-me. E eles começaram a entristecer-se e a dizer-lhe um após outro: Sou eu? E outro disse: Sou eu? Mas ele, respondendo, disse-lhes: É um dos doze, que põe comigo a mão no prato. Na verdade o Filho do homem vai, como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para o tal homem não haver nascido.
E, comendo eles,
tomou Jesus pão e, abençoando-o, o partiu e deu-lho, e disse: Tomai, comei,
isto é o meu corpo.
E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho; e todos beberam dele. E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que por muitos é derramado.
Em verdade vos digo
que não beberei mais do fruto da vide, até àquele dia em que o beber, novo,
no reino de Deus.
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E, chegada a hora,
pôs-se à mesa, e com ele os doze apóstolos.
E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça; Porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus. E, tomando o cálice, e havendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; Porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o reino de Deus. E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós. Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa. E, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído! E começaram a perguntar entre si qual deles seria o que havia de fazer isto. |
Tendo Jesus dito
isto, turbou-se em espírito, e afirmou, dizendo: Na verdade, na verdade vos
digo que um de vós me há de trair.
Então os discípulos olhavam uns para os outros, duvidando de quem ele falava.
Ora, um de seus
discípulos, aquele a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de Jesus.
Então Simão Pedro fez sinal a este, para que perguntasse quem era aquele de quem ele falava. E, inclinando-se ele sobre o peito de Jesus, disse-lhe: Senhor, quem é? Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o bocado molhado.
E, molhando o bocado,
o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão.
E, após o bocado,
entrou nele Satanás. Disse, pois, Jesus: O que fazes, faze-o depressa.
E nenhum dos que estavam assentados à mesa compreendeu a que propósito lhe dissera isto. Porque, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe tinha dito: Compra o que nos é necessário para a festa; ou que desse alguma coisa aos pobres. E, tendo Judas tomado o bocado, saiu logo. E era já noite. |
Fonte: Caminhos de Jesus – Mapas da
Vida de Jesus (youtube)
O NOVO MANDAMENTO
“Tendo ele, pois, saído, disse Jesus: Agora
é glorificado o Filho do homem, e Deus é glorificado nele.
Se Deus é glorificado nele, também Deus o
glorificará em si mesmo, e logo o há de glorificar.
Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco. Vós me buscareis, mas, como tenho dito aos judeus: Para onde eu vou não podeis vós ir; eu vo-lo digo também agora.
Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco. Vós me buscareis, mas, como tenho dito aos judeus: Para onde eu vou não podeis vós ir; eu vo-lo digo também agora.
Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis
uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos
ameis.
Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”
Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”
João 13:31-35
A PREDIÇÃO DA NEGAÇÃO DE PEDRO
Mateus 26:30-35
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Marcos 14:26-31
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Lucas 22:31-34
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João 13:36-38
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E, tendo cantado o
hino, saíram para o Monte das Oliveiras.
Então Jesus lhes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão. Mas, depois de eu ressuscitar, irei adiante de vós para a Galiléia. Mas Pedro, respondendo, disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei. Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás.
Disse-lhe Pedro:
Ainda que me seja mister morrer contigo, não te negarei.
E todos os discípulos
disseram o mesmo.
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E, tendo cantado o
hino, saíram para o Monte das Oliveiras.
E disse-lhes Jesus: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão.
Mas, depois que eu
houver ressuscitado, irei adiante de vós para a Galiléia.
E disse-lhe Pedro: Ainda que todos se escandalizem, nunca, porém, eu.
E disse-lhe Jesus: Em
verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes,
três vezes me negarás.
Mas ele disse com
mais veemência: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum
te negarei.
E da mesma maneira
diziam todos também.
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Disse também o
Senhor:
Simão, Simão, eis que
Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo;
Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.
E ele lhe disse:
Senhor, estou pronto a ir contigo até à prisão e à morte.
Mas ele disse:
Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que
me conheces.
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Disse-lhe Simão
Pedro: Senhor, para onde vais? Jesus lhe respondeu: Para onde eu vou não
podes agora seguir-me, mas depois me seguirás.
Disse-lhe Pedro: Por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a minha vida. Respondeu-lhe Jesus: Tu darás a tua vida por mim?
Na verdade, na
verdade te digo que não cantará o galo enquanto não me tiveres negado três
vezes.
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NO GETSÊMANI
Mateus 26:36-46
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Marcos 14:32-42
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Lucas 22:39-46
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Então chegou Jesus
com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos:
Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar.
E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo. E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando
e dizendo: Meu Pai,
se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas
como tu queres.
E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.
E, voltando, achou-os
outra vez adormecidos; porque os seus olhos estavam pesados.
E, deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras. Então chegou junto dos seus discípulos, e disse-lhes: Dormi agora, e repousai;
eis que é chegada a
hora, e o Filho do homem será entregue nas mãos dos pecadores.
Levantai-vos, partamos; eis que é chegado o que me trai. |
E foram a um lugar
chamado Getsêmani, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto
eu oro.
E tomou consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, e começou a ter pavor, e a angustiar-se. E disse-lhes: A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui, e vigiai. E, tendo ido um pouco mais adiante, prostrou-se em terra; e orou para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora. E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres. E, chegando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, dormes? não podes vigiar uma hora? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. E foi outra vez e orou, dizendo as mesmas palavras. E, voltando, achou-os outra vez dormindo, porque os seus olhos estavam pesados, e não sabiam o que responder-lhe.
E voltou terceira
vez, e disse-lhes: Dormi agora, e descansai.
Basta; é chegada a
hora. Eis que o Filho do homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores.
Levantai-vos, vamos; eis que está perto o que me trai. |
E, saindo, foi, como
costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o
seguiram.
E quando chegou
àquele lugar, disse-lhes:
Orai, para que não
entreis em tentação.
E apartou-se deles
cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava,
Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua. E apareceu-lhe um anjo do céu, que o fortalecia. E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão. E, levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e achou-os dormindo de tristeza.
E disse-lhes: Por que
estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que não entreis em tentação.
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A PRISÃO DE JESUS
Mateus 26:47-56
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Marcos 14:43-52
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Lucas 22:47-53
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João 18:1-11
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E, estando ele ainda
a falar,
eis que chegou Judas,
um dos doze,
e com ele grande
multidão com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e
pelos anciãos do povo.
E o que o traía tinha-lhes dado um sinal, dizendo: O que eu beijar é esse; prendei-o.
E logo,
aproximando-se de Jesus, disse: Eu te saúdo, Rabi;
e beijou-o.
Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a que vieste?
Então, aproximando-se
eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam.
E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha. Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão. Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça? Então disse Jesus à multidão: Saístes, como para um salteador, com espadas e varapaus para me prender?
Todos os dias me
assentava junto de vós, ensinando no templo, e não me prendestes.
Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas.
Então, todos os
discípulos, deixando-o, fugiram.
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E logo, falando ele
ainda,
veio Judas, que era
um dos doze, da parte dos principais dos sacerdotes, e dos escribas e dos
anciãos,
e com ele uma grande
multidão com espadas e varapaus.
Ora, o que o traía, tinha-lhes dado um sinal, dizendo: Aquele que eu beijar, esse é; prendei-o, e levai-o com segurança. E, logo que chegou, aproximou-se dele, e disse-lhe: Rabi, Rabi.
E beijou-o.
E lançaram-lhe as
mãos, e o prenderam.
E um dos que ali
estavam presentes, puxando da espada, feriu o servo do sumo sacerdote, e
cortou-lhe uma orelha.
E, respondendo Jesus,
disse-lhes: Saístes com espadas e varapaus a prender-me, como a um salteador?
Todos os dias estava
convosco ensinando no templo, e não me prendestes;
mas isto é para que
as Escrituras se cumpram.
Então, deixando-o, todos fugiram. E um certo jovem o seguia, envolto em um lençol sobre o corpo nu. E lançaram-lhe a mão.
Mas ele, largando o
lençol, fugiu nu.
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E, estando ele ainda
a falar, surgiu uma multidão;
e um dos doze, que se
chamava Judas, ia adiante dela,
e chegou-se a Jesus
para o beijar.
E Jesus lhe disse:
Judas, com um beijo trais o Filho do homem?
E, vendo os que estavam com ele o que ia suceder, disseram-lhe: Senhor, feriremos à espada? E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita.
E, respondendo Jesus,
disse: Deixai-os; basta.
E, tocando-lhe a
orelha, o curou.
E disse Jesus aos
principais dos sacerdotes, e capitães do templo, e anciãos, que tinham ido
contra ele: Saístes, como a um salteador, com espadas e varapaus?
Tenho estado todos os dias convosco no templo, e não estendestes as mãos contra mim, mas esta é a vossa hora e o poder das trevas. |
Tendo Jesus dito
isto, saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom, onde havia
um horto, no qual ele entrou e seus discípulos.
E Judas, que o traía,
também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se ajuntava ali com
os seus discípulos.
Tendo, pois, Judas recebido a coorte e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, e archotes e armas. Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se, e disse-lhes: A quem buscais? Responderam-lhe: A Jesus Nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu. E Judas, que o traía, estava com eles. Quando, pois, lhes disse: Sou eu, recuaram, e caíram por terra. Tornou-lhes, pois, a perguntar: A quem buscais? E eles disseram: A Jesus Nazareno. Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu; se, pois, me buscais a mim, deixai ir estes; Para que se cumprisse a palavra que tinha dito: Dos que me deste nenhum deles perdi.
Então Simão Pedro,
que tinha espada, desembainhou-a, e feriu o servo do sumo sacerdote,
cortando-lhe a orelha direita.
E o nome do servo era
Malco.
Mas Jesus disse a Pedro: Põe a tua espada na bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu? |
JESUS DIANTE DO SINÉDRIO
Mateus 26:57-68
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Marcos 14:53-65
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Lucas 22:63-71
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João 18:12-15
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os que prenderam a
Jesus o conduziram à casa do sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os
anciãos estavam reunidos.
E Pedro o seguiu de longe, até ao pátio do sumo sacerdote e, entrando, assentou-se entre os criados, para ver o fim. Ora, os príncipes dos sacerdotes, e os anciãos, e todo o conselho, buscavam falso testemunho contra Jesus, para poderem dar-lhe a morte; E não o achavam;
apesar de se
apresentarem muitas testemunhas falsas, nào o achavam.
Mas, por fim chegaram
duas testemunhas[5]
falsas,
E disseram: Este
disse: Eu posso derrubar o templo de Deus, e reedificá-lo em três dias.
E, levantando-se o
sumo sacerdote, disse-lhe: Não respondes coisa alguma ao que estes depõem
contra ti?
Jesus, porém, guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu. Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que bem ouvistes agora a sua blasfêmia. Que vos parece? E eles, respondendo, disseram: É réu de morte. Então cuspiram-lhe no rosto e lhe davam punhadas, e outros o esbofeteavam,
Dizendo:
Profetiza-nos, Cristo, quem é o que te bateu?[6]
|
E levaram Jesus ao
sumo sacerdote, e ajuntaram-se todos os principais dos sacerdotes, e os
anciãos e os escribas.
E Pedro o seguiu de
longe até dentro do pátio do sumo sacerdote, e estava assentado com os
servidores, aquentando-se ao lume.
E os principais dos sacerdotes e todo o concílio buscavam algum testemunho contra Jesus, para o matar, e não o achavam.
Porque muitos
testificavam falsamente contra ele, mas os testemunhos não eram coerentes.
E, levantando-se alguns, testificaram falsamente contra ele, dizendo: Nós ouvimos-lhe dizer: Eu derrubarei este templo, construído por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, não feito por mãos de homens. E nem assim o seu testemunho era coerente. E, levantando-se o sumo sacerdote no Sinédrio, perguntou a Jesus, dizendo: Nada respondes? Que testificam estes contra ti? Mas ele calou-se, e nada respondeu. O sumo sacerdote lhe tornou a perguntar, e disse-lhe: És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito?
E Jesus disse-lhe: Eu
o sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do poder de Deus, e
vindo sobre as nuvens do céu.
E o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: Para que necessitamos de mais testemunhas? Vós ouvistes a blasfêmia; que vos parece? E todos o consideraram culpado de morte.
E alguns começaram a
cuspir nele, e a cobrir-lhe o rosto, e a dar-lhe punhadas, e a dizer-lhe:
Profetiza. E os servidores davam-lhe bofetadas.
|
E os homens que
detinham Jesus zombavam dele, ferindo-o.
E, vendando-lhe os olhos, feriam-no no rosto, e perguntavam-lhe, dizendo: Profetiza, quem é que te feriu?
E outras muitas
coisas diziam contra ele, blasfemando.
E logo que foi dia ajuntaram-se os anciãos do povo, e os principais dos sacerdotes e os escribas, e o conduziram ao seu concílio, e lhe perguntaram: És tu o Cristo? Dize-no-lo. Ele replicou: Se vo-lo disser, não o crereis; E também, se vos perguntar, não me respondereis, nem me soltareis. Desde agora o Filho do homem se assentará à direita do poder de Deus. E disseram todos: Logo, és tu o Filho de Deus? E ele lhes disse: Vós dizeis que eu sou. Então disseram: De que mais testemunho necessitamos? pois nós mesmos o ouvimos da sua boca. |
Então a coorte[7],
e o tribuno, e os servos dos judeus prenderam a Jesus e o maniataram.
E conduziram-no primeiramente a Anás[8], por ser sogro de Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano. Ora, Caifás era quem tinha aconselhado aos judeus que convinha que um homem morresse pelo povo. E Simão Pedro e outro discípulo seguiam a Jesus. E este discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e entrou com Jesus na sala do sumo sacerdote. |
AS TRÊS NEGAÇÕES DE PEDRO
Mateus 26:69-75
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Marcos 14:66-72
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Lucas 22:54-62
|
João 18:16-27
|
Ora, Pedro estava
assentado fora, no pátio;
e, aproximando-se
dele uma criada, disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu.
Mas ele negou diante
de todos, dizendo: Não sei o que dizes.
E, saindo para o vestíbulo,
outra criada o viu, e
disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno.
E ele negou outra vez com juramento: Não conheço tal homem. E, daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te denuncia. Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. [9]
E imediatamente o
galo cantou.
E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás.
E, saindo dali,
chorou amargamente.
|
E, estando Pedro
embaixo, noátrio, chegou uma das criadas do sumo sacerdote;
E, vendo a Pedro, que
se estava aquentando, olhou para ele, e disse: Tu também estavas com Jesus, o
Nazareno.
Mas ele negou-o,
dizendo: Não o conheço, nem sei o que dizes.
E saiu fora ao
alpendre, e o galo cantou.
E a criada, vendo-o outra vez, começou a dizer aos que ali estavam: Este é um dos tais. Mas ele o negou outra vez.
E pouco depois os que
ali estavam disseram outra vez a Pedro:
Verdadeiramente tu és
um deles, porque és também galileu, e tua fala é semelhante.
E ele começou a praguejar, e a jurar: Não conheço esse homem de quem falais. E o galo cantou segunda vez.
E Pedro lembrou-se da
palavra que Jesus lhe tinha dito: Antes que o galo cante duas vezes, três
vezes me negarás.
E, retirando-se dali,
chorou.
|
Então, prendendo-o, o
levaram, e o puseram em casa do sumo sacerdote.
E Pedro seguia-o de
longe.
E, havendo-se acendido fogo no meio do pátio, estando todos sentados,
assentou-se Pedro
entre eles.
E como certa criada, vendo-o estar assentado ao fogo, pusesse os olhos nele, disse: Este também estava com ele. Porém, ele negou-o, dizendo: Mulher, não o conheço.
E, um pouco depois,
vendo-o outro, disse: Tu és também deles.
Mas Pedro disse:
Homem, não sou.
E, passada quase uma hora, um outro afirmava, dizendo:
Também este
verdadeiramente estava com ele, pois também é galileu.
E Pedro disse: Homem, não sei o que dizes.
E logo, estando ele
ainda a falar, cantou o galo.
E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito: Antes que o galo cante hoje, me negarás três vezes. E, saindo Pedro para fora, chorou amargamente. |
E Pedro estava da
parte de fora, à porta. Saiu então o outro discípulo que era conhecido do
sumo sacerdote, e falou à porteira, levando Pedro para dentro.
Então a porteira
disse a Pedro: Não és tu também dos discípulos deste homem?
Disse ele: Não sou.
Ora, estavam ali os servos e os servidores, que tinham feito brasas, e se aquentavam, porque fazia frio; e com eles estava Pedro, aquentando-se também. E o sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Jesus lhe respondeu: Eu falei abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde os judeus sempre se ajuntam, e nada disse em oculto. Para que me perguntas a mim? Pergunta aos que ouviram o que é que lhes ensinei; eis que eles sabem o que eu lhes tenho dito. E, tendo dito isto, um dos servidores que ali estavam, deu uma bofetada em Jesus, dizendo: Assim respondes ao sumo sacerdote? Respondeu-lhe Jesus: Se falei mal, dá testemunho do mal; e, se bem, por que me feres? E Anás mandou-o, maniatado, ao sumo sacerdote Caifás. E Simão Pedro estava ali, e aquentava-se. Disseram-lhe, pois: Não és também tu um dos seus discípulos?
Ele negou, e disse:
Não sou.
E um dos servos do
sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse: Não te
vi eu no horto com ele?
E Pedro negou outra vez,
e logo o galo cantou.
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CONDUÇÃO DE JESUS AO GOVERNADOR E JESUS DIANTE DE PILATOS
Mateus 27:1,2; Mateus
27:11-26
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Marcos 15:1-15
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Lucas 23:1-25
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João 18:28-40
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E, chegando a manhã,
todos os príncipes dos sacerdotes, e os anciãos do povo, formavam juntamente
conselho contra Jesus, para o matarem;
E maniatando-o, o levaram e entregaram ao presidente Pôncio Pilatos.
E foi Jesus
apresentado ao presidente, e o presidente o interrogou, dizendo: És tu o Rei
dos Judeus?
E disse-lhe Jesus: Tu
o dizes.
E, sendo acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Disse-lhe então Pilatos: Não ouves quanto testificam contra ti? E nem uma palavra lhe respondeu, de sorte que o presidente estava muito maravilhado. Ora, por ocasião da festa, costumava o presidente soltar um preso, escolhendo o povo aquele que quisesse. E tinham então um preso bem conhecido, chamado Barrabás.
Portanto, estando
eles reunidos, disse-lhes Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou
Jesus, chamado Cristo?
Porque sabia que por inveja o haviam entregado.[10]
E, estando ele
assentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer: Não entres na questão
desse justo, porque num sonho muito sofri por causa dele.[11]
Mas os príncipes dos
sacerdotes e os anciãos persuadiram à multidão que pedisse Barrabás e matasse
Jesus.
E, respondendo o
presidente, disse-lhes: Qual desses dois quereis vós que eu solte? E eles
disseram: Barrabás.
Disse-lhes Pilatos: Que farei então de Jesus, chamado Cristo? Disseram-lhe todos: Seja crucificado.
O presidente, porém,
disse:
Mas que mal fez ele?
E eles mais clamavam, dizendo: Seja crucificado.
Então Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo. Considerai isso. E, respondendo todo o povo, disse: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.[12]
Então soltou-lhes
Barrabás, e, tendo mandado açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado.
|
E, logo ao amanhecer,
os principais dos sacerdotes, com os anciãos, e os escribas, e todo o
Sinédrio, tiveram conselho;
e, ligando Jesus, o
levaram e entregaram a Pilatos.
E Pilatos lhe
perguntou: Tu és o Rei dos Judeus?
E ele, respondendo,
disse-lhe: Tu o dizes.
E os principais dos sacerdotes o acusavam de muitas coisas; porém ele nada respondia.
E Pilatos o
interrogou outra vez, dizendo: Nada respondes? Vê quantas coisas testificam
contra ti.
Mas Jesus nada mais respondeu, de maneira que Pilatos se maravilhava.
Ora, no dia da festa
costumava soltar-lhes um preso qualquer que eles pedissem.
E havia um chamado
Barrabás, que, preso com outros amotinado- res, tinha num motim cometido uma
morte.
E a multidão, dando gritos, começou a pedir que fizesse como sempre lhes tinha feito.
E Pilatos lhes
respondeu, dizendo: Quereis que vos solte o Rei dos Judeus?
Porque ele bem sabia que por inveja os principais dos sacerdotes o tinham entregado.
Mas os principais dos
sacerdotes incitaram a multidão para que fosse solto antes Barrabás.
E Pilatos,
respondendo, lhes disse outra vez: Que quereis, pois, que faça daquele a quem
chamais Rei dos Judeus?
E eles tornaram a
clamar: Crucifica-o.
Mas Pilatos lhes
disse: Mas que mal fez? E eles cada vez clamavam mais: Crucifica-o.
Então Pilatos,
querendo satisfazer a multidão,
soltou-lhe Barrabás
e, açoitado Jesus, o entregou para ser crucificado.
|
E, levantando-se toda
a multidão deles,
o levaram a Pilatos.
E começaram a acusá-lo, dizendo: Havemos achado este pervertendo a nação, proibindo dar o tributo a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, o rei.
E Pilatos
perguntou-lhe, dizendo: Tu és o Rei dos Judeus?
E ele, respondendo,
disse-lhe: Tu o dizes.
E disse Pilatos aos
principais dos sacerdotes, e à multidão: Não acho culpa alguma neste homem.
Mas eles insistiam cada vez mais, dizendo: Alvoroça o povo ensinando por toda a Judéia, começando desde a Galiléia até aqui. Então Pilatos, ouvindo falar da Galiléia perguntou se aquele homem era galileu. E, sabendo que era da jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes, que também naqueles dias estava em Jerusalém. E Herodes, quando viu a Jesus, alegrou-se muito; porque havia muito que desejava vê-lo, por ter ouvido dele muitas coisas; e esperava que lhe veria fazer algum sinal. E interrogava-o com muitas palavras, mas ele nada lhe respondia. E estavam os principais dos sacerdotes, e os escribas, acusando-o com grande veemência. E Herodes, com os seus soldados, desprezou-o e, escarnecendo dele, vestiu-o de uma roupa resplandecente e tornou a enviá-lo a Pilatos. E no mesmo dia, Pilatos e Herodes entre si se fizeram amigos; pois dantes andavam em inimizade um com o outro. E, convocando Pilatos os principais dos sacerdotes, e os magistrados, e o povo, Disse-lhes: Haveis-me apresentado este homem como pervertedor do povo; e eis que, examinando-o na vossa presença, nenhuma culpa, das de que o acusais, acho neste homem. Nem mesmo Herodes, porque a ele vos remeti, e eis que não tem feito coisa alguma digna de morte. Castigá-lo-ei, pois, e soltá-lo-ei. E era-lhe necessário soltar-lhes um pela festa. Mas toda a multidão clamou a uma, dizendo: Fora daqui com este, e solta-nos Barrabás. O qual fora lançado na prisão por causa de uma sedição feita na cidade, e de um homicídio. Falou, pois, outra vez Pilatos, querendo soltar a Jesus.
Mas eles clamavam em
contrário, dizendo: Crucifica-o, crucifica-o.
Então ele, pela terceira vez, lhes disse: Mas que mal fez este? Não acho nele culpa alguma de morte. Castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei.
Mas eles instavam com
grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos, e os dos
principais dos sacerdotes, prevaleciam.
Então Pilatos julgou
que devia fazer o que eles pediam.
E soltou-lhes o que fora lançado na prisão por uma sedição e homicídio, que era o que pediam; mas entregou Jesus à vontade deles. |
Depois levaram Jesus
da casa de Caifás para a audiência. E era pela manhã cedo. E não entraram na
audiência, para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa[13].
Então Pilatos saiu fora e disse-lhes: Que acusação trazeis contra este homem? Responderam, e disseram-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos. Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não nos é lícito matar pessoa alguma. (Para que se cumprisse a palavra que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer).
Tornou, pois, a
entrar Pilatos na audiência, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o Rei dos
Judeus?
Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes isso de ti mesmo, ou disseram-to outros de mim? Pilatos respondeu: Porventura sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo[14]; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade?
E, dizendo isto,
tornou a ir ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum.
Mas vós tendes por
costume que eu vos solte alguém pela páscoa. Quereis, pois, que vos solte o
Rei dos Judeus?
Então todos tornaram a clamar, dizendo: Este não, mas Barrabás. E Barrabás era um salteador. |
MORTE DE JUDAS
“Então Judas, o que o traíra, vendo que fora
condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos
sacerdotes e aos anciãos,
Dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente.
Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo.
E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar.
E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar.
E os príncipes dos sacerdotes, tomando as
moedas de prata, disseram: Não é lícito colocá-las no cofre das ofertas, porque
são preço de sangue.
E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo de um oleiro, para sepultura dos estrangeiros.
E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo de um oleiro, para sepultura dos estrangeiros.
Por isso foi chamado aquele campo, até ao
dia de hoje, Campo de Sangue.
Então se realizou o que vaticinara o profeta
Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, que
certos filhos de Israel avaliaram,
E deram-nas pelo campo do oleiro, segundo o
que o Senhor me determinou.”
Mateus 27:3-10
MARTÍRIO E CRUCIFICAÇÃO
Mateus 27:27-44
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Marcos 15:16-32
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Lucas 23:26-43
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João 19:1-27
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E logo os soldados do
presidente, conduzindo Jesus à audiência, reuniram junto dele toda a coorte.
E, despindo-o, o cobriram com uma capa de escarlate; E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e em sua mão direita uma cana; e, ajoelhando diante dele, o escarneciam,
dizendo: Salve, Rei
dos judeus.
E, cuspindo nele,
tiraram-lhe a cana, e batiam-lhe com ela na cabeça.
E, depois de o haverem escarnecido, tiraram-lhe a capa, vestiram-lhe as suas vestes e o levaram para ser crucificado.[15]
E, quando saíam,
encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem constrangeram a levar a
sua cruz.
E, chegando ao lugar
chamado Gólgota, que se diz: Lugar da Caveira,[16]
Deram-lhe a beber vinagre misturado com fel; mas ele, provando-o, não quis beber. E, havendo-o crucificado, repartiram as suas vestes, lançando sortes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançaram sortes. E, assentados, o guardavam ali. E por cima da sua cabeça puseram escrita a sua acusação: este e jesus, o rei dos judeus.
E foram crucificados
com ele dois salteadores, um à direita, e outro à esquerda.
E os que passavam blasfemavam dele, meneando as cabeças, E dizendo: Tu, que destróis o templo, e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo. Se és Filho de Deus, desce da cruz. E da mesma maneira também os príncipes dos sacerdotes, com os escribas, e anciãos, e fariseus, escarnecendo, diziam:
Salvou os outros, e a
si mesmo não pode salvar-se.
Se é o Rei de Israel,
desça agora da cruz, e creremos nele.
Confiou em Deus; livre-o agora, se o ama; porque disse: Sou Filho de Deus. E o mesmo lhe lançaram também em rosto os salteadores que com ele estavam crucificados. |
E os soldados o
levaram dentro à sala, que é a da audiência, e convocaram toda a coorte.
E vestiram-no de
púrpura, e tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça.
E começaram a
saudá-lo, dizendo: Salve, Rei dos Judeus!
E feriram-no na cabeça com uma cana, e cuspiram nele e, postos de joelhos, o adoraram. E, havendo-o escarnecido, despiram-lhe a púrpura, e o vestiram com as suas próprias vestes; e o levaram para fora a fim de o crucificarem.
E constrangeram um
certo Simão, cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo
do campo, a que levasse a cruz.
E levaram-no ao lugar
do Gólgota, que se traduz por lugar da Caveira.
E deram-lhe a beber vinho com mirra, mas ele não o tomou.
E, havendo-o
crucificado, repartiram as suas vestes, lançando sobre elas sortes, para
saber o que cada um levaria.
E era a hora terceira, e o crucificaram.
E por cima dele
estava escrita a sua acusação: O REI DOS JUDEUS.
E crucificaram com
ele dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda.
E cumprindo-se a escritura que diz: E com os malfeitores foi contado. E os que passavam blasfemavam dele, meneando as suas cabeças,
e dizendo: Ah! tu que
derrubas o templo, e em três dias o edificas,
Salva-te a ti mesmo, e desce da cruz. E da mesma maneira também os principais dos sacerdotes, com os escribas, diziam uns para os outros, zombando:
Salvou os outros, e
não pode salvar-se a si mesmo.
O Cristo, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para que o vejamos e acreditemos.
Também os que com ele
foram crucificados o injuriavam.
|
E quando o iam
levando, tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a
cruz às costas, para que a levasse após Jesus.
E seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, as quais batiam nos peitos, e o lamentavam. Jesus, porém, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos. Porque eis que hão de vir dias em que dirão: Bem-aventuradas as estéreis, e os ventres que não geraram, e os peitos que não amamentaram! Então começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós, e aos outeiros: Cobri-nos. Porque, se ao madeiro verde fazem isto, que se fará ao seco? E também conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem mortos. E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira,
ali o crucificaram, e
aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.
E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes. E o povo estava olhando. E também os príncipes zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou, salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o escolhido de Deus. E também os soldados o escarneciam, chegando-se a ele, e apresentando-lhe vinagre. E dizendo: Se tu és o Rei dos Judeus, salva-te a ti mesmo. E também por cima dele, estava um título, escrito em letras gregas, romanas, e hebraicas: ESTE É O REI DOS JUDEUS.
E um dos malfeitores
que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te
a ti mesmo, e a nós.
Respondendo, porém, o
outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma
condenação?
E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso. |
Pilatos, pois, tomou
então a Jesus, e o açoitou.
E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram sobre a cabeça, e lhe vestiram roupa de púrpura. E diziam: Salve, Rei dos Judeus.
E davam-lhe
bofetadas.
Então Pilatos saiu outra vez fora, e disse-lhes: Eis aqui vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele crime algum. Saiu, pois, Jesus fora, levando a coroa de espinhos e roupa de púrpura.
E disse-lhes Pilatos:
Eis aqui o homem.
Vendo-o, pois, os principais dos sacerdotes e os servos, clamaram, dizendo: Crucifica-o, crucifica-o. Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós, e crucificai-o; porque eu nenhum crime acho nele. Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus. E Pilatos, quando ouviu esta palavra, mais atemorizado ficou. E entrou outra vez na audiência, e disse a Jesus: De onde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta. Disse-lhe, pois, Pilatos: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar? Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem. Desde então Pilatos procurava soltá-lo; mas os judeus clamavam, dizendo: Se soltas este, não és amigo de César; qualquer que se faz rei é contra César. Ouvindo, pois, Pilatos este dito, levou Jesus para fora, e assentou-se no tribunal, no lugar chamado Litóstrotos, e em hebraico Gabatá. E era a preparação da páscoa, e quase à hora sexta; e disse aos judeus: Eis aqui o vosso Rei. Mas eles bradaram: Tira, tira, crucifica-o. Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso Rei? Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão César. Então, consequentemente entregou-lho, para que fosse crucificado. E tomaram a Jesus, e o levaram. E, levando ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota, Onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. E Pilatos escreveu também um título, e pô-lo em cima da cruz; e nele estava escrito: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS.
E muitos dos judeus
leram este título; porque o lugar onde Jesus estava crucificado era próximo
da cidade; e estava escrito em hebraico, grego e latim.
Diziam, pois, os principais sacerdotes dos judeus a Pilatos: Não escrevas, O Rei dos Judeus, mas que ele disse: Sou o Rei dos Judeus. Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi. Tendo, pois, os soldados crucificado a Jesus, tomaram as suas vestes, e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte; e também a túnica. A túnica, porém, tecida toda de alto a baixo, não tinha costura. Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver de quem será. Para que se cumprisse a Escritura que diz: Repartiram entre si as minhas vestes, E sobre a minha vestidura lançaram sortes. Os soldados, pois, fizeram estas coisas. E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena. Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa. |
“Deparou-se-lhe a figura de João que,
vencendo a pusilanimidade criminosa em que haviam mergulhado os demais
companheiros, lhe estendia os braços amorosos e reconhecidos. Silenciosamente,
o filho de Zebedeu abraçou-se àquele triturado coração maternal. Maria
deixou-se enlaçar pelo discípulo querido e ambos, ao pé do madeiro, em gesto
súplice, buscaram ansiosamente a luz daqueles olhos misericordiosos, no cúmulo
dos tormentos. Foi aí que a fronte do divino supliciado se moveu vagarosamente,
revelando perceber a ansiedade daquelas duas almas em extremo desalento.
— “Meu filho! Meu amado filho!... “ exclamou
a mártir, em aflição diante da serenidade daquele olhar de melancolia
intraduzível.
O Cristo pareceu meditar no auge de suas
dores, mas, como se quisesse demonstrar, no instante derradeiro, a grandeza de
sua coragem e a sua perfeita comunhão com Deus, replicou com significativo
movimento dos olhos vigilantes:
— “Mãe, eis aí teu filho!.. — “ E
dirigindo-se, de modo especial, com um leve aceno, ao apóstolo, disse: — “Filho,
eis aí tua mãe!”
Maria envolveu-se no véu de seu pranto
doloroso, mas o grande evangelista compreendeu que o Mestre, na sua derradeira
lição, ensinava que o amor universal era o sublime coroamento de sua obra.
Entendeu que, no futuro, a claridade do Reino de Deus revelaria aos homens a
necessidade da cessação de todo egoísmo e que, no santuário de cada coração,
deveria existir a mais abundante cota de amor, não só para o círculo familiar,
senão também para todos os necessitados do mundo, e que no templo de cada
habitação permaneceria a fraternidade real, para que a assistência recíproca se
praticasse na Terra, sem serem precisos os edifícios exteriores, consagrados a
uma solidariedade claudicante.”
Boa Nova. Francisco Xavier/ Humberto de Campos
Fonte: Caminhos de
Jesus – Mapas da Vida de Jesus (youtube)
MORTE DE JESUS
Mateus 27:45-56
|
Marcos 15:33-41
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Lucas 23:44-49
|
João 19:28-37
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E desde a hora sexta
houve trevas sobre toda a terra, até à hora nona.[17]
E perto da hora nona
exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus
meu, Deus meu, por que me desamparaste?
E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Este chama por Elias, E logo um deles, correndo, tomou uma esponja, e embebeu-a em vinagre, e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber. Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem livrá-lo. E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras;
E abriram-se os
sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados;
E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos. E o centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto, e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era o Filho de Deus.[18]
E estavam ali,
olhando de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galiléia,
para o servir;
Entre as quais estavam Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu. |
E, chegada a hora
sexta, houve trevas sobre toda a terra até a hora nona.
E, à hora nona, Jesus
exclamou com grande voz, dizendo: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que, traduzido,
é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Eis que chama por Elias. E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, deu-lho a beber,
dizendo: Deixai,
vejamos se virá Elias tirá-lo.
E Jesus, dando um
grande brado, expirou.
E o véu do templo se
rasgou em dois, de alto a baixo.
E o centurião, que
estava defronte dele, vendo que assim clamando expirara, disse:
Verdadeiramente este
homem era o Filho de Deus.
E também ali estavam
algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais também Maria Madalena, e
Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé;
As quais também o seguiam, e o serviam, quando estava na Galiléia; e muitas outras, que tinham subido com ele a Jerusalém. |
E era já quase a hora
sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o sol;
E rasgou-se ao meio o
véu do templo.
E, clamando Jesus com
grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito
isto, expirou.
E o centurião, vendo
o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo:
Na verdade, este
homem era justo.
E toda a multidão que
se ajuntara a este espetáculo, vendo o que havia acontecido, voltava batendo
nos peitos.
E todos os seus conhecidos, e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a Galiléia, estavam de longe vendo estas coisas. |
Depois, sabendo Jesus
que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse,
disse: Tenho sede.
Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-a num hissopo, lha chegaram à boca.
E, quando Jesus tomou
o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o
espírito.
Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados. Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que como ele fora crucificado; Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas. Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que também vós o creiais. Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado. E outra vez diz a Escritura: Verão aquele que traspassaram. |
Atualizado em 09/09/2019
Dias, Haroldo Dutra. O Novo Testamento, traduzido por. 1ª edição. FEB, Brasília, 2013.
Bíblia
Sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida.
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Brasilia, FEB, 2013. 131ª Edicao.
https://www.youtube.com/watch?v=LoFxJhRonF0.
Caminhos de Jesus – Mapas da Vida de Jesus. Pesquisa feita em Dezembro/2018.
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/biblia-de-estudo/apendice-a/events-in-jesus-life-on-earth/.
Pesquisa feita em Dezembro/2018.
Xavier, Francisco Candido. Boa Nova. Pelo
Espírito Humberto de Campos. 37 ed, Brasília: FEB, 2014.
Rigonatti, Eliseu. O evangelho dos humildes.
Disponível em http://bvespirita.com/Livros2-O.html. Pesquisa feita em
Janeiro/2019.
[1]
“Diante das provas pelas quais teremos de passar, algumas bem rudes nunca falta
quem nos queira desviar delas. É preciso bom ânimo para repelir os conselhos
que nos fariam fracassar espiritualmente, e muita vigilância para não darmos
ouvidos a tentações, que podem vir por meio de pessoas que nos são queridas.
Pedro, pelo seu muito amor a Jesus, quer que ele evite as provas que o
aguardavam. Jesus não cede, e de ânimo forte repele as insinuações de Pedro.” –
Eliseu Rigonatti, o Evangelho dos humildes
[2]
“Não resta a menor dúvida de que não foi o desejo de possuir as trinta moedas
de prata, o que levou Judas a trair o Mestre. O motivo que influiu no ânimo de
Judas para que agisse mal, foi político. Os judeus, nessa época, viviam sob o
jugo romano. Os patriotas israelitas ansiavam por recuperar a liberdade
perdida. Judas pertencia ao grupo dos que, por meio de uma revolução, queriam
libertar a Judéia. Iludido pela simpatia que Jesus desfrutava no seio do povo,
e pela boa acolhida que Jerusalém lhe tributara, Judas não via em Jesus um
missionário celeste, mas um chefe de partido. Judas quis precipitar os
acontecimentos políticos, entregando o Mestre à prisão; julgava que houvesse
reação, os partidários se reuniriam, e se faria a tão ambicionada revolta
contra os Romanos.” – Eliseu Rigonatti, O Evangelho dos Humildes
[3]
“Jesus percebia o que se estava tramando a seu respeito por meio da
clarividência, faculdade que possuia em alto grau. Para ele nada havia
encoberto, pois, podia ver em quadros fluídicos o desenrolar dos
acontecimentos. Judas, que já tinha dado os passos necessários para entregar o
Mestre, emitia pensamentos que o denunciavam; e Jesus via os quadros formados
pelos pensamentos de Judas a respeito da traição.” – Eliseu Rigonatti, O
Evangelho dos Humildes
[4]
No Oriente Médio, era costume colocar-se uma tigela de molho, feito de frutas
cozidas, sobre a mesa, para que os convivas mergulhassem o pão. Nessa cultura,
compartilhar a refeição em uma mesa é sinal de profunda amizade, de confiança
plena. Nesse caso, jamais se espera que o companheiro de refeição venha a
prejudica-lo, tendo em vista a enorme intimidade que esse ato implica. – Em O
Novo Testamento traduzido por Haroldo Dutra
[5]
A confiança depositada nas testemunhas e em sua probidade era total e
irrevogável, no sistema judicial hebreu. Depois que duas testemunhas tivessem
prestado depoimento no Tribunal de Israel, e um veredicto final fosse emitido,
elas não poderiam voltar atrás em seus depoimentos. Para os juízes hebreus não
era possível apresentar uma nova prova contradizendo um depoimento prestado
anteriormente, nem mesmo provas circunstansciais mais conclusivas. Por esta
razão, as testemunhas deviam se submeter a investigações (bedicot) e pesquisas (chakirot),
detalhadamente descritas na Mishná,
antes que seu depoimento fosse aceito pelo Tribunal. – Em O Novo Testamento
traduzido por Haroldo Dutra.
[6]
“Estes versículos nos revelam três coisas: A primeira é a incompreensão espiritual
dos homens daquela época. Apesar de os sacerdotes constituírem a parte da nação
que estudava as escrituras, tomavam os ensinamentos ao pé da letra; e assim
fizeram com os ensinamentos de Jesus. Não foram capazes de compreender que
Jesus falava no sentido espiritual, descobrindo aos homens os bens imperecíveis
da alma, e ensinando como conquistá-los.
A segunda é a intolerância
característica das religiões dogmáticas; embora não o compreendessem, deveriam
tolerá-lo; mas a maldade que traziam nos corações, não o deixou.
A terceira é o modelo que
de então por diante os homens teriam para perdoar seus ofensores. Até aquele
momento os homens conheciam apenas a lei de Moisés, olho por olho, dente por
dente. Com o sacrifício de Jesus, os homens começariam a reconhecer a lei do
perdão e do amor, pregada e exemplificada por ele, ao retríbuir com a mansidão
e com o perdão aos que o magoavam.” – Eliseu Rigonatti, O Evangelho dos
Humildes
[7]
Um destacamento militar romano de aproximadamente 600 soldados – Em O Novo
Testamento traduzido por Haroldo Dutra
[8]
Anás foi nomeado sumo sacerdote no ano 7 d.C. por Quirino (governador da
Síria), e deposto no ano 16 d.C. por Valerius Gratus (procurador da Judeia).
Embora não fosse mais o sumo sacerdote, era muito respeitado e exercia grande
influência sobre o seu genro – também em O Novo Testamento traduzido por
Haroldo Dutra
[9]
“A negação de Pedro é uma séria e profunda advertência a todos os que trabalham
no campo evangélico. Durante três anos Pedro se preparou, sob a orientação de
Jesus, para o divino ministério do apostolado. O Mestre jamais cessara de lhe
recomendar, bem como aos demais discípulos, que vigiassem e orassem, porque não
sabiam quando, e como e onde seriam provados.. Diante da última advertência que
Jesus lhe faz, Pedro jura fidelidade. Conhecendo a fragilidade das promessas
humanas, Jesus se limitou a sorrir. E ainda o avisa de que dentro em breve o
negaria. A Pedro, tal coisa se lhe afigura impossível. No entanto, no horto não
pode assistir ao Mestre na sua hora de agonia, e depois o nega publicamente.
Por conseguinte, tenhamos cuidado todos nós que somos aprendizes do Evangelho.
Na estrada que conduz a Cristo, não faltarão oportunidades de dar-lhe o
testemunho; mas também as ocasiões de atraiçoálo, e de negá-lo, são numerosas.”
– Eliseu Rigonatti, O Evangelho dos Humildes
[10]
“Vemos aqui Pilatos servindo aos interesses subalternos do mundo material,
desprezando as. sublimes realidades espirituais. Pilatos sabe quais são os
verdadeiros motivos pelos quais os sacerdotes exigiam a condenação de Jesus;
sabe que aquele homem simples que estava em sua frente sem temer a morte, era
um inocente, pois, mesmo seus acusadores não sabiam de que crime o acusar; sabe
que a doutrina de mansidão e amor que Jesus pregava, não continha nenhuma
ameaça ao poderoso governo de Roma. E no entanto, temeroso de contrariar os
orgulhosos sacerdotes, que poderiam comprometê-lo diante de César em Roma,
propõe-lhes que escolham entre um inocente e um criminoso”. Eliseu Rigonatti, O
Evangelho dos Humildes
[11]
“Os sonhos premonitórios são comuns. É provável que durante o sono, a mulher de
Pilatos tenha sido informada espiritualmente do caráter de Jesus, e, acordando,
quisesse impedir o marido de cometer o erro de condenar um inocente”. Eliseu
Rigonatti, O Evangelho dos Humildes
[12]
“Vemos aqui Pilatos servir de simples instrumento da intriga, que os sacerdotes
tramaram para perder a Jesus. O poder romano, conquanto exercesse pleno domínio
sobre os povos tributários de Roma, jamais se imiscuía em seus usos e costumes
internos, uma vez que não contrariassem os interesses de Roma; limitava-se
sempre a examinar o caso, e aprovar a resolução que os dignatários da nação
lhes pediam. Assim, apesar de Roma ser a senhora, dava ao povo dominado a
sensação de uma liberdade ilusória. Por conseguinte, em virtude da política exterior
que Roma observava em relação aos povos conquistados, não estava nas mãos de
Pilatos salvar Jesus, mesmo que o quisesse. Contudo, Pilatos compreendeu
imediatamente porque a casta sacerdotal queria sacrificar Jesus, e faz uma
tentativa de salvá-lo. Vendo que nada conseguiria, pois os interessados na
morte de Jesus podiam facilmente ir buscar a sentença condenatória diretamente
em Roma, Pilatos lava as mãos.
Lavando as mãos e dizendo
que estava inocente do sangue do Justo, Pilatos dá a entender que não arcaria
com a responsabilidade moral de condená-lo, fazendo-a recair inteiramente sobre
os acusadores. Estes, compreendendo os escrúpulos de Pilatos em aplicar uma
sentença de morte contra um homem em quem não achou crime, declaram-se os
únicos responsáveis, dizendo: Caía seu sangue sobre nós e nossos filhos.” –
Eliseu Rigonatti, O Evangelho dos Humildes
[13]
Entrar na residência de um gentio acarretava impureza legal (At 11:3; Mt 8:8),
impedindo a pessoa de celebrar a Páscoa. - Em O Novo Testamento traduzido por
Haroldo Dutra
[14]
Por estas palavras, Jesus se refere claramente à vida futura, que ele
apresenta, em todas as circunstancias, como o fim a que se destina a
humanidade, e como devendo ser objeto das principais preocupações do homem
sobre a terra. – Em o Evangelho segundo o Espiritismo.
[15]
“A cruz se tornou o símbolo da redenção humana. Espiritualmente falando, todos
nós temos nossa cruz para carregar, através da existência. As provas e as
expiações constituem a cruz bendita de nosso aprimoramento moral. Se Jesus
tivesse evitado a cruz de seu martírio, não teria legado à humanidade o Código
Divino; e sua obra, sem alicerces sólidos, teria caído no esquecimento.” –
Eliseu Rigonatti, O Evngelho dos Humildes
[16]
“A cruz era um suplício romano, reservado aos escravos e aos casos em que se
queria agravar a morte com a ignomínia. Aplicando-a a Jesus, tratavamno como um
salteador, um bandido, ou um desses inimigos de baixa condição, aos quais os
romanos não concediam a honra de morrerem pelo gládio. Gólgota era um local
fora de Jerusalém, porém perto das muralhas da cidade. A palavra gólgota
significa caveira, e parece que corresponde à nossa palavra descalvado;
designava, provavelmente, um outeiro nu, tendo a forma de um crânio. Não se
sabe com exatidão onde fica hoje esse local. Com certeza era ao norte ou ao
nordeste da cidade, na alta planície desigual que se estende entre as muralhas
e os dois vales do Cedron e do Hinon, região sem atrativos e triste. Os
próprios condenados tinham de levar o instrumento de seu suplício, a cruz.
Segundo o costume israelita, quando chegavam ao local da execução, ofereciam
aos padecentes um vinho muito forte e aromatizado. Esse vinho embebedava
imediatamente, e por um sentimento de piedade era dado aos condenados para
atordoá-los. Parece que, habitualmente, as mulheres caridosas de Jerusalém
traziam aos infelizes condenados esse vinho da última hora; quando nenhuma
delas vinha, mandavam comprá-lo. Jesus apenas provou-o, e não quis bebê-lo. A
cruz se compunha de duas vigas ligadas em forma de T; era baixa, tanto que os
pés dos condenados quase tocavam a terra; começavam por erguê-la; depois
pregavam nela o condenado, atravessando-lhe as mãos com pregos; freqüentemente
pregavam também os pés; e outras vezes amarravam-nos com cordas. Um pedaço de
madeira, como suporte, era pregado na haste da cruz, mais ou menos no meio, e
passava entre as pernas do condenado, sobre o qual ele se apoiava. Sem isto as
mãos se rasgariam, e o corpo cairia. Outras vezes deixavam um pedaço de tábua
horizontal na altura dos pés do condenado, no qual ele se sustinha. O principal
horror do suplício da cruz consistia em que o condenado podia viver neste
horrível estado três ou quatro dias, no escabelo da dor. A hemorragia das mãos
cessava logo e não era mortal. A verdadeira causa da morte era a posição
antinatural do corpo, a qual causava uma perturbação atroz na circulação do
sangue, fortes dores de cabeça e do coração, e por fim a rigidez dos membros.
Os crucificados de forte compleição chegavam a morrer de fome, O fito principal
deste cruel suplício não era de matar diretamente o condenado por meio de
lesões determinadas, mas de expor o escravo à execração pública, pregado pelas
mãos de que ele não soubera fazer bom uso, e de deixá-lo apodrecer na cruz.
(Renan-Vie de Jesus). As roupas dos condenados pertenciam aos soldados,
encarregados de executá-los. E quando não chegavam a um acordo sobre a
partilha, recorriam ao jogo de dados. Depois do sacrifício de Jesus, o caminho
do Gólgota passou a simbolizar o período de lutas e de sofrimentos suportados
pelo espírito para sua completa purificação. E o Gólgota, o ponto supremo do
sacrifício no qual a alma se emancipa da matéria. A mistura que Jesus provou é
o símbolo do amargor da vida terrena experimentado por todos os espíritos
encarnados que se entregam à árdua tarefa de seu aperfeiçoamento moral.” –
Eliseu Rigonatti, O Evangelho dos Humildes
[17]
“Os acontecimentos que se passam na terra repercutem no plano espiritual, donde
projetam seus efeitos espirituais sobre o planeta.
A crucificação de Jesus foi
um dos pontos culminantes da história espiritual da humanidade. Em vista disso,
não devemos estranhar que se processassem fenômenos espirituais de relevância
em toda a atmosfera do planeta, principalmente sobre Jerusalém. Estes fenômenos
poderão ter sido facilmente percebidos por pessoas portadoras de mediunidade.
A própria natureza parece
ressentir-se dos pensamentos dos encarnados, sofrendo-lhes a influência, e como
que se sintoniza com eles; o dia se torna alegre se a maioria dos encarnados
emitir pensamentos alegres; sombrio, se os pensamentos da maioria forem de
tristeza e de desânimo; revoltado, se os pensamentos forem malévolos e de
revolta. É fácil ver como nos dias de Natal e Ano Bom, tudo é alegre, festivo,
jovial; é porque a humanidade, nestes dias, esquece das tristezas, e pobres e
ricos procuram alegrar-se com o pouco ou com o muito que lhes coube na vida;
procuram esquecer as mágoas e perdoam os ressentimentos em nome do Divino
Remissor de todos os pecados. Se durante os trezentos e sessenta e cinco dias
do ano, nós nos esforçássemos por conservar a mesma disposição de ânimo que
temos pelo Natal, o ano inteiro apresentaria dias alegres, festivos, luminosos.
E os videntes viram as
pesadas nuvens compostas de negros fluidos emitidos pela ignomínia dos homens,
cobrirem o céu espiritual de Jerusalém.” – Eliseu Rigonatti, O Evangelho dos
Humildes
[18]
“Os fenômenos aqui descritos são de natureza mediúnica. Dado a grande
repercussão que o sacrifício de Jesus causou no mundo espiritual, abalaram-se
profundamente as colônias espirituais vizinhas à terra. E as pessoas videntes
puderam ver grande número de desencarnados; e onde houve possibilidades,
produziram-se fenômenos de efeitos físicos. Filhos de Deus somos todos nós; mas
aqui o centurião quer designar particularmente Jesus, um Filho de Deus feito
homem, que sacrificava sua vida material em benefício de ensinamentos, que
ficariam para a eternidade.” – Eliseu Rigonatti, O Evangelho dos Humildes