Periodo de revolta contra a opressão dos reis gregos de Antioquia.
“A política determinada de Antíoco
IV (175-163 a.C.) de helenizar o seu reino, mais cedo ou mais tarde, compeliu
os judeus à rebelião. No começo, contudo, o rei conseguiu todo o apoio que
poderia ter desejado dos judeus helenizados. (...)
Em 172 a.C., Antíoco se aproximou de
um certo Menelau (irmão de Simão, inimigo de Onias III[1]),
que lhe ofereceu um grande suborno; outra vez o dinheiro falou e Menelau obteve
o ofício de sumo sacerdote. Ele entrou em Jerusalém e Jason[2]
fugiu para Amon. Em Antioquia, Onias III foi assassinado por Andrônico,
ministro do rei.
Antíoco IV entrou em Jerusalém em
169 a.C. no retorno de sua primeira campanha militar no Egito e, com a
conivência de Menelau, saqueou o Templo. No ano seguinte, o rei invadiu o Egito
outra vez, mas teve de retirar-se, quando se defrontou com o ultimato do Senado
romano. Entrementes, com o rumor da morte do rei, Jason atacou Jerusalém;
Menelau pode manter em seu poder a cidadela situada ao norte do Templo. Com a
aproximação de Antíoco, Jason fugiu; o subsequente curso de sua fuga terminou
com a sua morte em Esparta. Antíoco interpretou a ação de Jason como uma
revolta e decidiu tratá-la como tal.
Em 167 a.C., enviou seu comandante,
Apolônio, numa campanha contra Jerusalém, com uma grande força militar. Muitos
dentre o povo foram massacrados, a cidade foi parcialmente destruída e seus
muros foram arrasados. Foi construída
uma fortaleza chamada Acra; ela dominava o vale do Tiropeon, e o templo foi
guardado por uma forte guarnição síria.
Fonte: blog
geografia bíblica
A Acra era, de fato, uma colônia de
pagãos helenizados e judeus renegados, com a constituição de uma polis grega. O decreto de Antíoco III, que garantia a livre observância da
lei judaica foi ab-rogado. Em vez disso, a religião judaica foi proscrita. O
Templo foi dedicado a Zeus Olimpo (...) e um altar pagão foi erigido em cima do
altar dos holocaustos. A 25 de Quislev (8 de dezembro) de 167 a.C., sacrifícios
pagãos foram oferecidos no Templo. (...)
As ações de Antíoco contribuíram para endurecer a resistencia judaica e levou
os hesitantes à rebelião. (...)
Matatias, sacerdote de Modin, a
oeste de Jerusalém, deu o sinal para a revolta. (...) O idoso Matatias morrei
em 166 a.C., mas não sem antes de ter confiado a liderança da rebelião a seu
filho Judas Macabeu (166-160 a.C.). (...)
Como resultado, chegou-se a um
acordo com Antíoco IV em 15 de Xantico (15 de abril) de 164 a.C. (vide 2 Mc
11,27-33): foi declarada uma anistia geral e foram abolidos os decretos que
causaram a revolta. A 25 de Quislev de 164 a.C. – três anos a contar do dia
seguinte à profanação pagã – Judas teve o Templo purificado e os sacrifícios
foram oferecidos.(...)[3]”
Simão[4]
então voltou-se para Demétrio II (que ainda mantinha parte do reino) e foi
confirmado como sumo sacerdote e governador. Era o ano de 142 a.C., daí em
diante considerado como o ano da independência judaica. (...)
Em 140 a.C., Demetrio II foi feito
prisioneiro pelos patros e, dois anos mais tarde, ele teve por sucessor seu
irmão Antíoco VII Sidetes (138-129 a.C.), que se livrou de Trifão. (...)
Então aconteceu uma tragédia contra
os judeus: Simão foi traicoeiramente morto por seu genro Ptolomeu. (...)
Ptolomeu então apelou para Antíoco VII por tropas e pediu para ser indicado
como governador. Uma tentativa para assassinar João, o filho restante de Simao,
fracassou; ao contrario, João foi aclamado em Jerusalém e aceito pelo povo como
sumo sacerdote e governador.
De João Hircano em diante, os
príncipes macabeus são conhecidos como os hasmoneus (de Hasmão, um ancestral da
família); embora pudesse ser dito que a dinastia tinha começado realmente com
Simao Macabeu, o qual conseguiu a independência).(...)
Em 134 a.C., Antíoco VII, cuja
tentativa para intimidar Simão tinha fracassado, avançou para a Palestina; ele
tomou Jope e Gazara e cercou Jerusalém. Joao foi obrigado a render-se e, embora
continuasse ainda como sumo sacerdote e governador, tinha de pagar tributo.
Como vassalo de Antíoco, ele tomou parte numa campanha militar contra os
partos. Os curtos dias da independência pareciam chegar ao fim.
Não obstante, as circunstancias
favoreceram os judeus. Em 129 a.C., Antíoco VII foi morto em ação contra os
partos e os selêucidas perderam o controle da Palestina. Joao Hircano ficou
livre para agir. Ele conquistou Moab (dos nabateus[5]),
assumiu o controle da Samaria – destruindo prontamente o templo do monte
Garizim – e fez campanha militar na Iduméia[6].
Ele foi ardorosamente apoiado pelos hasidim[7], que agora começavam a ser conhecidos como fariseus. Joao Hircano morreu em 104 a.C.”
Chave para a Bíblia, Wifrid John Harrington.
Pompeu, que tinha conquistado a Ásia
Menor, entrou na Palestina em 63 a.C. Jerusalém resistiu e foi tomada depois de
um cerco de três meses. Isso marcou o fim da independência judaica. Hircano II
foi estabelecido como sumo sacerdote e recebeu o titulo de etnarca[8].
“Em 63 a.C. dois dos Hasmoneus disputavam o
trono em Jerusalém. Para apartar essa briga, chamaram as tropas romanas,
iniciando uma ocupação que duraria séculos.
Os romanos começaram devagar.
Deixaram o sumo sacerdócio para os hasmoneus. Mas entregaram o poder a uma
família de estrangeiros idumeus. (...)
A partir do reinado dos Hasmoneus,
foram se estruturando partidos dentro do povo. De um lado estavam os saduceus[9].
Era um partido formado pelas grandes famílias sacerdotais, os aristocratas
latifundiários, os grandes comerciantes. Controlavam o Templo e o Sinedrio[10].
Eram chefiados pelo sumo sacerdote. Aceitavam abertamente a ocupação romana, já
que dependiam do comercio internacional controlado por eles.
O outro partido era dos fariseus.
Tinha sua origem no movimento dos assideus e foram duramente perseguidos pelos
hasmoneus. Reunia os pequenos proprietários, artesãos, escribas e gente do
povo.”
Fariseus
|
Saduceus
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Classe Media
|
Rica aristocracia sacerdotal
|
Apelavam à piedade e aprendizado
|
Linhagem e posicao social
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Progressistas
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Conservadores
|
Padroes religiosos para as massas
|
Administracao do templo e rituais
|
“Embora nos Evangelhos os escribas sejam
muito frequentemente associados com os fariseus, os termos “escriba” e
“fariseu” não são idênticos, porque os escribas, mesmo no sentido restrito de
doutores da Lei, existiram muito antes que o partido dos fariseus emergisse.
(...) Contudo é verdade que a grande maioria dos escribas se inclinava para o
farisaismo e sua posicao como mestres do povo aumentou grandemente a influencia
dos fariseus.
Este parece ser o ponto adequado
para inserir uma palavra de explicação acerca do Talmude, pois sua compilação
foi obra de escribas tardios. A mais antiga codificação escrita da lei oral é
chamada de Mishá (repetição). A Mishá é essencialmente uma coleção de halakoth - regras de conduta deduzidas da
Lei que são anteriores ao ano 200 d.C. A Tosephta (complemento) é um corpo de material semelhante à Mishá na forma e no conteudo. Finalmente a Gemará (conclusão) contem tradicoes não
incorporadas na Mishá, as decisoes
dos rabis tardios, bem como exortações morais e legendas. A Mishá e o Gemará juntas formam o Talmude – isto é, a compilação das tradições orais
rabínicas. Há dois Talmudes, que diferem amplamente em conteúdo e extensão: o
Talmude de Jerusalem (século V) e o Talmude Babilonico (século VII).
“Pompeu foi derrotado em 48 a.C. na batalha
de Farsalia. Antipater[11]
foi ao Egito para ajudar César e em 47 a.C., Julio Cesar estava na Palestina.
Hircano II foi confirmado como etnarca e Antipater foi feito procurador da
Judeia; os filhos de Antipater eram governadores; Fasael em Jerusalem e Herodes
na Galileia. Em 44 a.C., Cesar foi assassinado e Antipater apoiou Crasso, que
tinha vindo à Siria. Antipater foi envenenado e seu sucessor foi Herodes (43
a.C.). A batalha de Filipos aconteceu em 42 a.C. e no ano seguinte Marco
Antonio estava no Oriente. Herodes e Fasael, que o apoiavam, foram nomeados
tetrarcas e Hircano permaneceu como sumo sacerdote.
Os partos invadiram a Síria em 40
a.C. e Antígono, filho de Aristobulo II) aproveitou a oportunidade. Com a ajuda
dos invasores, ele sitiou Herodes e Fasael em Jerusalem. Herodes tentou
escapar, mas Fasael suicidou-se; Hircano teve suas orelhas cortadas, mutilação
que o impediu de continuar com o oficio de sumo sacerdote.
A reação romana à invasão dos partos
foi rápida: por volta de 39 a.C., a Ásia Menor e a Síria tinham sido
recuperadas. Herodes tinha seguido para Roma, onde foi reconhecido como “Rei
dos Judeus” por Otavio e Antonio – e foi-lhe dada a tarefa de conquistar seu
reino. (...) Antígono foi capturado e mandado para Antioquia, onde foi
executado. A dinastia dos hasmoneus chegava ao fim”.
A leitura profética da historia, Dom Antonio Celso de Queiroz
Harrington, Wifrid John. Chave para a Bíblia: a revelação: a
promessa: a realização. 1a Ed, São Paulo. Ed. Paulinas, 1985
http://geografia-biblica.blogspot.com/2012/05/serie-vales-de-jerusalem-tiropeon.html.
Pesquisa feita em julho/2018.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nabateus. Pesquisa feita
em julho/2018.
https://politicageral.wordpress.com/2011/05/31/qual-o-nome-da-terra-santa/.
Pesquisa feita em Julho/2018.
Queiroz, Dom Antonio Celso de. A leitura profética da
historia. 3ª Ed., São Paulo. Edicoes Loyola, 1992.
Borger, Hans. Uma história do povo judeu. Vol 1 – de Canaã à Espanha. 1ª Ed, São
Paulo: Ed. Sêfer, 1999.
[2] Jason, Irmão de Onias III
[3] Essa data significa
a festividade de Hanukah, que dura 8 dias (uma historia do povo judeu)
[4]
Simão, general da costa da Palestina, irmão de Jonatas (160-143 a.C.)
[5] Antes conhecidos como os Edomitas, tiveram origem no bíblico Esaú, irmão de Jacó, filhos de Isaac e
netos do patriarca Abraão. Esaú, quando
se zangou com o seu irmão Jacob, partiu e fundou a cidade de Edom. (Wikipedia)
[6] Edom (hebraico). Idumeia (latim)
[7] Hasidim ou
hassideus. Grupo inteiramente dedicado a Lei.O movimento dos hasidim do período
dos macabeus sobreviveu, nos tempos posteriores, em dois ramos: fariseus e
essênios. Praticavam resistência passiva, mas evitavam envolvimento nas
atividades políticas.
[8] governador de
províncias
[9] Descendentes ou partidários
de Sadoc, sacerdote de Salomao (1 Rs 2,35)
[10] Senado de
sacerdotes e leigos com setenta membros mais o presidente da assembleia.
Dividos em 3 grupos: chefes das famílias sacerdotais, anciãos (representantes
da aristocracia leiga) e escribas. Podiam prender malfeitores e puni-los.
Sentenca de morte tinha que ser ratificada pelo procurador romano.
[11] Antipas ou Antipater, governador da Idumeia
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