domingo, 15 de julho de 2018

07.J) Povos de Israel. Judeus pós Alexandre Magno


“Quando Alexandre morreu em 323 a.C., seus generais disputaram a posse do império. Em 315 a.C., depois de sete anos de luta, tinham aparecido quatro líderes notáveis. Eram eles: Antígono, o mais proeminente, que ficou com todo o território desde o Mediterrâneo até a Asia Central; Cassandro, que reinou na Macedonia; Ptolomeu Lagos, que se apossou do Egito e do sul da Síria (em conexão com ele, deve ser mencionado Seleuco, seu principal general); e Lisímaco na Trácia. (...)


Fonte: La Rousse

Em 302 a.C.,  em Ipso, na Frígia, Antígono foi derrotado e morto. Seleuco tomou posse da Babilonia e, embora assassinado em 280 a.C., teve por sucessor seu filho, Antíoco I. (...) Quando, por fim, a situação política se estabilizou depois da morte de Alexandre, a Palestina foi governada pelos ptolomeus até 198 a.C. A posição de Judá parece ter permanecido a mesma que tinha sido sob a Pérsia. O sumo sacerdote era considerado como o chefe da comunidade e, de modo crescente, se revestiu do caráter de um príncipe secular. Foi um período de paz e relativa prosperidade. Inevitavelmente, as influencias culturais gregas invadiram a sociedade judaica e as sementes de um futuro conflito violento foram lançadas.
Nesse tempo, a população judaica do Egito cresceu rapidamente. A maior concentração de judeus estava na nova cidade de Alexandria[1], que logo se tornou um centro de vida judaica. No começo do século III, os judeus de fala grega de Alexandria traduziram a Torah para o grego e o resto da Bíblia se seguiu no devido tempo; esta foi a versão chamada Setenta (LXX).”
Chave para a Bíblia, Wifrid John Harrington. 


Fonte: Slide Share, Apresentacao Profa Dra Luciana Gracioso

“A tradição rezava, no meio essênio[2], que o original fora obra de anciãos da seita. (...) foram encarregados da tradução do Pentateuco, do hebraico para o grego, pelo poderoso rei Ptolomeu Filadelfo, do Egito.”
A Grande Espera, Corina Novelino

“Seleuco IV foi assassinado por Heliodoro, que planejou colocar no trono o filho menor de Seleuco, Antíoco, ignorando as reivindicações de um filho mais velho, Demétrio, que ficara em Roma como refém. Contudo, apareceu um terceiro pretendente, Antíoco, irmão de Seleuco IV, que tinha sido anteriormente refém. Antíoco chegou à Síria com um exército e expulsou Heliodoro. Atuou como regente para seu jovem sobrinho Antíoco, mas com o título de rei. O último foi assassinado em 169 a.C. e o tio reinou sozinho. Com a entrada em cena de Antíoco IV Epífanes (175-163 a.C.), a própria existência do Judaísmo foi ameaçada. O perigo que sua política trazia para o modo de vida judaico foi aumentando por uma trágica ruptura dentro da comunidade.
Durante o final do período persa, o impacto da cultura helenística era sentido na Ásia Ocidental. Como resultado da conquista e da política deliberada de Alexandre, a difusão da língua e das ideias gregas prosseguiu em ritmo surpreendente; o grego tornou-se logo a língua franca[3] do mundo civilizado. Os judeus da Diáspora absorveram a língua e cultura gregas; os judeus da Palestina não puderam escapar da influência, visto que a terra estava cheia de colônias gregas. Em geral, essa influência não foi direta; o pensamento grego estava no ar e era inevitável que alguma coisa dele tivesse sido absorvida. Contudo, alguns judeus se entusiasmaram e, defrontados com a cultura grega, se envergonharam de seu próprio modo de vida, ao ponto de repudiá-lo. Como frequentemente acontece, eles revelavam mais zelo pelas coisas gregas que os próprios gregos. O rei sírio, em sua tentativa de primeiro helenizar Judá e depois destruir a religião judaica, encontrou entusiásticos aliados dentro da comunidade judaica, especialmente entre a classe sacerdotal.
O termo Diáspora (dispersão) é frequente no Judaísmo do período helenístico e é usado para designar a totalidade dos judeus que viviam fora da Palestina. Havia sentimento nacionalista no termo: os judeus que tinham de viver fora da terra santa estavam “disseminados” entre os gentios. Contudo, nem todos os judeus da Diáspora eram exilados involuntários.
Muitos dos judeus do Exílio tinham escolhido ficar na Babilonia; por isso, a Babilonia continuou a ser um importante centro do Judaísmo. Com a difusão do helenismo, novos e importantes centros surgiram, especialmente Alexandria. Os judeus tinham lugar privilegiado ali e sua colônia cresceu rapidamente. Alexandria era o principal porto do Mediterrâneo; dele, o caminho se abria para o mundo grego e o romano e para a Ásia Menor. A capital dos selêucidas, Antioquia, que em importância aproximava-se de Alexandria, era outro centro do Judaismo; ela controlava o oriente do Mediterrâneo e estava aberta para a Síria.
(...) Jerusalém sempre foi o centro de toda a vasta rede. (...) Contudo, o papel providencial da Diáspora não se limita a isso; o ativo proselitismo de muitos judeus preparou o caminho para a difusão do Cristianismo. Gentios que tinham sido atraídos pelo monoteísmo e pelo elevado código moral do Judaísmo encontraram na nova religião tudo aquilo que eles tinham procurado”.
Chave para a Bíblia, Wifrid John Harrington. 


Harrington, Wifrid John. Chave para a Bíblia: a revelação: a promessa: a realização. 1a Ed, São Paulo. Ed. Paulinas, 1985
Novelino, Corina. A Grande Espera. Pelo Espírito Eurípedes Barsanulfo. 11ª  ed, São Paulo. IDE, 2008.
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-eram-os-essenios/. Pesquisa feita em julho/2018.
http://www.larousse.fr/encyclopedie/images/Lempire_dAlexandre_et_son_partage/1009143. Pesquisa feita em Julho/2018.
https://pt.slideshare.net/drielycristinefernandes/seminrio-alexandria. Pesquisa em Julho/2018
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandria. Pesquisa feita em julho/2018
http://www.galaor.com.br/lingua-franca. Pesquisa feita em julho/2018



[1] Foi fundada em torno de um pequeno "vilarejo" em 331 a.C. por Alexandre, o Grande. Permaneceu como capital do Egito durante mil anos, até à conquista muçulmana do Egito, quando a capital passou a ser Fostate (que foi depois incorporada no Cairo). Alexandria era conhecida pelo Farol de Alexandria (uma das sete maravilhas do mundo antigo), pela Biblioteca de Alexandria (a maior do mundo antigo) e pelas catacumbas de Kom el Shoqafa (uma das sete maravilhas do mundo medieval). (Wikipedia)

[2] Essenios eram adeptos de uma seita judaica que existiu na Palestina, no Oriente Médio, entre os séculos 2 a.C. e 1 d.C. Viviam afastados da sociedade e de forma que todos os bens eram de propriedade coletiva. Em suas sociedades, que em geral excluíam mulheres, eles observavam rigorosamente os mandamentos de Moisés. O surgimento da seita ocorreu numa época em que a classe alta de Jerusalém, na Palestina, estava sob forte influência da cultura grega – racional e pagã. Os essênios provavelmente foram exterminados pelos romanos, ou obrigados a deixar suas comunidades e fugir para salvar suas vidas, por volta do ano 68 d.C (Revista Superinteressante)
[3] Lingua franca (sem acento no ‘i’) é uma expressão latina para língua de contato ou língua de relação resultante do contato e comunicação entre grupos ou membros de grupos linguisticamente distintos para o comércio internacional e outras interações mais extensas. (Galaor Bortoletto)

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