domingo, 15 de julho de 2018

07. L) Povos de Israel. Herodes


“Herodes estabeleceu a ordem no país, acabou com o banditismo crônico nas estradas e nos campos, alivio para a população rural. Expropriou com gosto seus opositores, confiscou as propriedades dos hasmoneus e taxou impiedosamente seus súditos. Construiu cidades, aquedutos, pontes, estradas, fortalezas, templos, teatros e ginásios. Não só na Judeia; também nas ilhas gregas, Siria e Asia Menor. Pelo dinheiro com que contribuiu para o embelezamento de Atenas, foi nomeado presidente vitalício honorário dos jogos olímpicos. (...) E naturalmente, Herodes ampliou majestosamente o pequeno Templo levantado quinhentos anos atras oekis regressos da Babilonia. Dez mil operários – e mil sacerdotes para os recintos inacessíveis aos homens comuns – trabalharam durante nove anos para erguer o santuário que se tornou uma das mais esplendorosas edificações da Antiguidade.
Herodes reinou como rei sobre os judeus, mas não como rei judeu. A Judeia nunca foi para ele senão um feudo que lhe havia sido passado por seus amigos romanos, e com esses cooperou fielmente na defesa dos seus interesses imperiais. (...)
Tal qual um senhor feudal, Herodes retalhou o pais por testamento entre ters dos seus filhos, que milagrosamente conseguiram sobrevive-lo”.
Uma história do povo judeu, Hans Borger
São estes os filhos de Herodes:
Arquelau (de 4 a.C. a 6) – Etnarca. Recebeu a parte central (Judeia, Samaria e Idumeia). Arquelau foi deposto e exilado por Otavio, filho de Marco Antonio e Cleopatra (governador de Roma de 27 a.C. a 14). Otavio recebeu do Senado o novo nome de Augusto.
Herodes Antipas (de 4 a.C a 37) – Tetrarca. Ganhou a Galileia e a Pereia. Foi deposto e exilado por Caligula (governador de Roma de 37 a 41).
Herodes Felipe ( de 4 a.C. a 34) – Tetrarca. Ficou com as terras entre o Mar da Galileia e a Siria (Bataneia, Trachonitis, Auranitis e Gaulanitis)



Fonte: Brasil Gospel

Herodes tinha outros filhos, que foram a Roma reclamar a divisao de terras feita por ele.  Augusto rebaixou o status dos herdeiros, retirando-lhes a realeza (Arquelau ficou com o titulo de etnarca e os outros dois, tetrarcas).
Quando Arquelau decidiu realizar um casamento proibido diante das leis judaicas, causou tamanho escândalo, que uma nova delegação foi a Roma para pedir seu afastamento. Desta vez Augusto atendeu: destitui Arquelau e exilou-o em Vienne, na Galia. A Judeia passou então a ser administrada por procuradores.
À época da passagem do século I antes da Era Comum para o século I da Era Comum, um judeu babilônico de nome Hilel ficou sendo a figura mais ilustre nas academias de Jerusalem. Alguns de seus ensinamentos:
¾      Não te apartes da comunidade
¾      Não julgues teu próximo ate que te encontres na sua situação
¾      Não digas: ‘ mais tarde estudarei’ – talvez já não tenhas tempo
¾      Aquele que corre atrás de muita fama, perde-a
¾      Quem não aumenta seus conhecimentos, diminui-os
¾      Ame a paz, ame os homens e aproxime-os da Torah

Nessa época de Hilel, Tiberio (imperador de Roma de 14 – 37) nomeou Poncio Pilatos como procurdor da Judeia. Já no inicio da gestão, percebeu-se o desastre. Ele continuamente irritava e provocava os judeus.

https://brasilgospel.club/jesus/nascimento/herodes/. Pesquisa feita em julho/2018.
Borger, Hans. Uma história do povo judeu. Vol 1 – de Canaã à Espanha. 1ª Ed, São Paulo:  Ed. Sêfer, 1999.

07.K) Povos de Israel. Macabeus


Periodo de revolta contra a opressão dos reis gregos de Antioquia.

“A política determinada de Antíoco IV (175-163 a.C.) de helenizar o seu reino, mais cedo ou mais tarde, compeliu os judeus à rebelião. No começo, contudo, o rei conseguiu todo o apoio que poderia ter desejado dos judeus helenizados. (...)
Em 172 a.C., Antíoco se aproximou de um certo Menelau (irmão de Simão, inimigo de Onias III[1]), que lhe ofereceu um grande suborno; outra vez o dinheiro falou e Menelau obteve o ofício de sumo sacerdote. Ele entrou em Jerusalém e Jason[2] fugiu para Amon. Em Antioquia, Onias III foi assassinado por Andrônico, ministro do rei.
Antíoco IV entrou em Jerusalém em 169 a.C. no retorno de sua primeira campanha militar no Egito e, com a conivência de Menelau, saqueou o Templo. No ano seguinte, o rei invadiu o Egito outra vez, mas teve de retirar-se, quando se defrontou com o ultimato do Senado romano. Entrementes, com o rumor da morte do rei, Jason atacou Jerusalém; Menelau pode manter em seu poder a cidadela situada ao norte do Templo. Com a aproximação de Antíoco, Jason fugiu; o subsequente curso de sua fuga terminou com a sua morte em Esparta. Antíoco interpretou a ação de Jason como uma revolta e decidiu tratá-la como tal.
Em 167 a.C., enviou seu comandante, Apolônio, numa campanha contra Jerusalém, com uma grande força militar. Muitos dentre o povo foram massacrados, a cidade foi parcialmente destruída e seus muros foram arrasados.  Foi construída uma fortaleza chamada Acra; ela dominava o vale do Tiropeon, e o templo foi guardado por uma forte guarnição síria.


Fonte: blog geografia bíblica

A Acra era, de fato, uma colônia de pagãos helenizados e judeus renegados, com a constituição de uma polis grega. O decreto de Antíoco III, que garantia a livre observância da lei judaica foi ab-rogado. Em vez disso, a religião judaica foi proscrita. O Templo foi dedicado a Zeus Olimpo (...) e um altar pagão foi erigido em cima do altar dos holocaustos. A 25 de Quislev (8 de dezembro) de 167 a.C., sacrifícios pagãos foram oferecidos no Templo.  (...) As ações de Antíoco contribuíram para endurecer a resistencia judaica e levou os hesitantes à rebelião. (...)
Matatias, sacerdote de Modin, a oeste de Jerusalém, deu o sinal para a revolta. (...) O idoso Matatias morrei em 166 a.C., mas não sem antes de ter confiado a liderança da rebelião a seu filho Judas Macabeu (166-160 a.C.). (...)
Como resultado, chegou-se a um acordo com Antíoco IV em 15 de Xantico (15 de abril) de 164 a.C. (vide 2 Mc 11,27-33): foi declarada uma anistia geral e foram abolidos os decretos que causaram a revolta. A 25 de Quislev de 164 a.C. – três anos a contar do dia seguinte à profanação pagã – Judas teve o Templo purificado e os sacrifícios foram oferecidos.(...)[3]
Simão[4] então voltou-se para Demétrio II (que ainda mantinha parte do reino) e foi confirmado como sumo sacerdote e governador. Era o ano de 142 a.C., daí em diante considerado como o ano da independência judaica. (...)
Em 140 a.C., Demetrio II foi feito prisioneiro pelos patros e, dois anos mais tarde, ele teve por sucessor seu irmão Antíoco VII Sidetes (138-129 a.C.), que se livrou de Trifão. (...)
Então aconteceu uma tragédia contra os judeus: Simão foi traicoeiramente morto por seu genro Ptolomeu. (...) Ptolomeu então apelou para Antíoco VII por tropas e pediu para ser indicado como governador. Uma tentativa para assassinar João, o filho restante de Simao, fracassou; ao contrario, João foi aclamado em Jerusalém e aceito pelo povo como sumo sacerdote e governador.
De João Hircano em diante, os príncipes macabeus são conhecidos como os hasmoneus (de Hasmão, um ancestral da família); embora pudesse ser dito que a dinastia tinha começado realmente com Simao Macabeu, o qual conseguiu a independência).(...)
Em 134 a.C., Antíoco VII, cuja tentativa para intimidar Simão tinha fracassado, avançou para a Palestina; ele tomou Jope e Gazara e cercou Jerusalém. Joao foi obrigado a render-se e, embora continuasse ainda como sumo sacerdote e governador, tinha de pagar tributo. Como vassalo de Antíoco, ele tomou parte numa campanha militar contra os partos. Os curtos dias da independência pareciam chegar ao fim.
Não obstante, as circunstancias favoreceram os judeus. Em 129 a.C., Antíoco VII foi morto em ação contra os partos e os selêucidas perderam o controle da Palestina. Joao Hircano ficou livre para agir. Ele conquistou Moab (dos nabateus[5]), assumiu o controle da Samaria – destruindo prontamente o templo do monte Garizim – e fez campanha militar na Iduméia[6]. Ele foi ardorosamente apoiado pelos hasidim[7], que agora começavam a ser conhecidos como fariseus. Joao Hircano morreu em 104 a.C.”
Chave para a Bíblia, Wifrid John Harrington. 





 Fonte: Politica Geral, WordPress

Pompeu, que tinha conquistado a Ásia Menor, entrou na Palestina em 63 a.C. Jerusalém resistiu e foi tomada depois de um cerco de três meses. Isso marcou o fim da independência judaica. Hircano II foi estabelecido como sumo sacerdote e recebeu o titulo de etnarca[8].

Em 63 a.C. dois dos Hasmoneus disputavam o trono em Jerusalém. Para apartar essa briga, chamaram as tropas romanas, iniciando uma ocupação que duraria séculos.
Os romanos começaram devagar. Deixaram o sumo sacerdócio para os hasmoneus. Mas entregaram o poder a uma família de estrangeiros idumeus. (...)
A partir do reinado dos Hasmoneus, foram se estruturando partidos dentro do povo. De um lado estavam os saduceus[9]. Era um partido formado pelas grandes famílias sacerdotais, os aristocratas latifundiários, os grandes comerciantes. Controlavam o Templo e o Sinedrio[10]. Eram chefiados pelo sumo sacerdote. Aceitavam abertamente a ocupação romana, já que dependiam do comercio internacional controlado por eles.
O outro partido era dos fariseus. Tinha sua origem no movimento dos assideus e foram duramente perseguidos pelos hasmoneus. Reunia os pequenos proprietários, artesãos, escribas e gente do povo.”


Fariseus
Saduceus
Classe Media
Rica aristocracia sacerdotal
Apelavam à piedade e aprendizado
Linhagem e posicao social
Progressistas
Conservadores
Padroes religiosos para as massas
Administracao do templo e rituais

Embora nos Evangelhos os escribas sejam muito frequentemente associados com os fariseus, os termos “escriba” e “fariseu” não são idênticos, porque os escribas, mesmo no sentido restrito de doutores da Lei, existiram muito antes que o partido dos fariseus emergisse. (...) Contudo é verdade que a grande maioria dos escribas se inclinava para o farisaismo e sua posicao como mestres do povo aumentou grandemente a influencia dos fariseus.
Este parece ser o ponto adequado para inserir uma palavra de explicação acerca do Talmude, pois sua compilação foi obra de escribas tardios. A mais antiga codificação escrita da lei oral é chamada de Mishá (repetição). A Mishá é essencialmente uma coleção de halakoth  - regras de conduta deduzidas da Lei que são anteriores ao ano 200 d.C. A Tosephta (complemento) é um corpo de material semelhante à Mishá na forma e no conteudo. Finalmente a Gemará (conclusão) contem tradicoes não incorporadas na Mishá, as decisoes dos rabis tardios, bem como exortações morais e legendas. A Mishá e o Gemará juntas formam o Talmude – isto é, a compilação das tradições orais rabínicas. Há dois Talmudes, que diferem amplamente em conteúdo e extensão: o Talmude de Jerusalem (século V) e o Talmude Babilonico (século VII). 

Pompeu foi derrotado em 48 a.C. na batalha de Farsalia. Antipater[11] foi ao Egito para ajudar César e em 47 a.C., Julio Cesar estava na Palestina. Hircano II foi confirmado como etnarca e Antipater foi feito procurador da Judeia; os filhos de Antipater eram governadores; Fasael em Jerusalem e Herodes na Galileia. Em 44 a.C., Cesar foi assassinado e Antipater apoiou Crasso, que tinha vindo à Siria. Antipater foi envenenado e seu sucessor foi Herodes (43 a.C.). A batalha de Filipos aconteceu em 42 a.C. e no ano seguinte Marco Antonio estava no Oriente. Herodes e Fasael, que o apoiavam, foram nomeados tetrarcas e Hircano permaneceu como sumo sacerdote.
Os partos invadiram a Síria em 40 a.C. e Antígono, filho de Aristobulo II) aproveitou a oportunidade. Com a ajuda dos invasores, ele sitiou Herodes e Fasael em Jerusalem. Herodes tentou escapar, mas Fasael suicidou-se; Hircano teve suas orelhas cortadas, mutilação que o impediu de continuar com o oficio de sumo sacerdote.
A reação romana à invasão dos partos foi rápida: por volta de 39 a.C., a Ásia Menor e a Síria tinham sido recuperadas. Herodes tinha seguido para Roma, onde foi reconhecido como “Rei dos Judeus” por Otavio e Antonio – e foi-lhe dada a tarefa de conquistar seu reino. (...) Antígono foi capturado e mandado para Antioquia, onde foi executado. A dinastia dos hasmoneus chegava ao fim”.

A leitura profética da historia, Dom Antonio Celso de Queiroz 

Harrington, Wifrid John. Chave para a Bíblia: a revelação: a promessa: a realização. 1a Ed, São Paulo. Ed. Paulinas, 1985
http://geografia-biblica.blogspot.com/2012/05/serie-vales-de-jerusalem-tiropeon.html. Pesquisa feita em julho/2018.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nabateus. Pesquisa feita em julho/2018.
https://politicageral.wordpress.com/2011/05/31/qual-o-nome-da-terra-santa/. Pesquisa feita em Julho/2018.
Queiroz, Dom Antonio Celso de. A leitura profética da historia. 3ª Ed., São Paulo. Edicoes Loyola, 1992.
Borger, Hans. Uma história do povo judeu. Vol 1 – de Canaã à Espanha. 1ª Ed, São Paulo:  Ed. Sêfer, 1999.




[1] Onias III, o sumo sacerdote
[2] Jason, Irmão de Onias III
[3] Essa data significa a festividade de Hanukah, que dura 8 dias (uma historia do povo judeu)
[4] Simão, general da costa da Palestina, irmão de Jonatas (160-143 a.C.)
[5] Antes conhecidos como os Edomitas, tiveram origem no bíblico Esaú, irmão de Jacó, filhos de Isaac e netos do patriarca Abraão. Esaú, quando se zangou com o seu irmão Jacob, partiu e fundou a cidade de Edom. (Wikipedia)
[6] Edom (hebraico). Idumeia (latim)
[7] Hasidim ou hassideus. Grupo inteiramente dedicado a Lei.O movimento dos hasidim do período dos macabeus sobreviveu, nos tempos posteriores, em dois ramos: fariseus e essênios. Praticavam resistência passiva, mas evitavam envolvimento nas atividades políticas.
[8] governador de províncias
[9] Descendentes ou partidários de Sadoc, sacerdote de Salomao (1 Rs 2,35)
[10] Senado de sacerdotes e leigos com setenta membros mais o presidente da assembleia. Dividos em 3 grupos: chefes das famílias sacerdotais, anciãos (representantes da aristocracia leiga) e escribas. Podiam prender malfeitores e puni-los. Sentenca de morte tinha que ser ratificada pelo procurador romano.
[11] Antipas ou Antipater, governador da Idumeia

07.J) Povos de Israel. Judeus pós Alexandre Magno


“Quando Alexandre morreu em 323 a.C., seus generais disputaram a posse do império. Em 315 a.C., depois de sete anos de luta, tinham aparecido quatro líderes notáveis. Eram eles: Antígono, o mais proeminente, que ficou com todo o território desde o Mediterrâneo até a Asia Central; Cassandro, que reinou na Macedonia; Ptolomeu Lagos, que se apossou do Egito e do sul da Síria (em conexão com ele, deve ser mencionado Seleuco, seu principal general); e Lisímaco na Trácia. (...)


Fonte: La Rousse

Em 302 a.C.,  em Ipso, na Frígia, Antígono foi derrotado e morto. Seleuco tomou posse da Babilonia e, embora assassinado em 280 a.C., teve por sucessor seu filho, Antíoco I. (...) Quando, por fim, a situação política se estabilizou depois da morte de Alexandre, a Palestina foi governada pelos ptolomeus até 198 a.C. A posição de Judá parece ter permanecido a mesma que tinha sido sob a Pérsia. O sumo sacerdote era considerado como o chefe da comunidade e, de modo crescente, se revestiu do caráter de um príncipe secular. Foi um período de paz e relativa prosperidade. Inevitavelmente, as influencias culturais gregas invadiram a sociedade judaica e as sementes de um futuro conflito violento foram lançadas.
Nesse tempo, a população judaica do Egito cresceu rapidamente. A maior concentração de judeus estava na nova cidade de Alexandria[1], que logo se tornou um centro de vida judaica. No começo do século III, os judeus de fala grega de Alexandria traduziram a Torah para o grego e o resto da Bíblia se seguiu no devido tempo; esta foi a versão chamada Setenta (LXX).”
Chave para a Bíblia, Wifrid John Harrington. 


Fonte: Slide Share, Apresentacao Profa Dra Luciana Gracioso

“A tradição rezava, no meio essênio[2], que o original fora obra de anciãos da seita. (...) foram encarregados da tradução do Pentateuco, do hebraico para o grego, pelo poderoso rei Ptolomeu Filadelfo, do Egito.”
A Grande Espera, Corina Novelino

“Seleuco IV foi assassinado por Heliodoro, que planejou colocar no trono o filho menor de Seleuco, Antíoco, ignorando as reivindicações de um filho mais velho, Demétrio, que ficara em Roma como refém. Contudo, apareceu um terceiro pretendente, Antíoco, irmão de Seleuco IV, que tinha sido anteriormente refém. Antíoco chegou à Síria com um exército e expulsou Heliodoro. Atuou como regente para seu jovem sobrinho Antíoco, mas com o título de rei. O último foi assassinado em 169 a.C. e o tio reinou sozinho. Com a entrada em cena de Antíoco IV Epífanes (175-163 a.C.), a própria existência do Judaísmo foi ameaçada. O perigo que sua política trazia para o modo de vida judaico foi aumentando por uma trágica ruptura dentro da comunidade.
Durante o final do período persa, o impacto da cultura helenística era sentido na Ásia Ocidental. Como resultado da conquista e da política deliberada de Alexandre, a difusão da língua e das ideias gregas prosseguiu em ritmo surpreendente; o grego tornou-se logo a língua franca[3] do mundo civilizado. Os judeus da Diáspora absorveram a língua e cultura gregas; os judeus da Palestina não puderam escapar da influência, visto que a terra estava cheia de colônias gregas. Em geral, essa influência não foi direta; o pensamento grego estava no ar e era inevitável que alguma coisa dele tivesse sido absorvida. Contudo, alguns judeus se entusiasmaram e, defrontados com a cultura grega, se envergonharam de seu próprio modo de vida, ao ponto de repudiá-lo. Como frequentemente acontece, eles revelavam mais zelo pelas coisas gregas que os próprios gregos. O rei sírio, em sua tentativa de primeiro helenizar Judá e depois destruir a religião judaica, encontrou entusiásticos aliados dentro da comunidade judaica, especialmente entre a classe sacerdotal.
O termo Diáspora (dispersão) é frequente no Judaísmo do período helenístico e é usado para designar a totalidade dos judeus que viviam fora da Palestina. Havia sentimento nacionalista no termo: os judeus que tinham de viver fora da terra santa estavam “disseminados” entre os gentios. Contudo, nem todos os judeus da Diáspora eram exilados involuntários.
Muitos dos judeus do Exílio tinham escolhido ficar na Babilonia; por isso, a Babilonia continuou a ser um importante centro do Judaísmo. Com a difusão do helenismo, novos e importantes centros surgiram, especialmente Alexandria. Os judeus tinham lugar privilegiado ali e sua colônia cresceu rapidamente. Alexandria era o principal porto do Mediterrâneo; dele, o caminho se abria para o mundo grego e o romano e para a Ásia Menor. A capital dos selêucidas, Antioquia, que em importância aproximava-se de Alexandria, era outro centro do Judaismo; ela controlava o oriente do Mediterrâneo e estava aberta para a Síria.
(...) Jerusalém sempre foi o centro de toda a vasta rede. (...) Contudo, o papel providencial da Diáspora não se limita a isso; o ativo proselitismo de muitos judeus preparou o caminho para a difusão do Cristianismo. Gentios que tinham sido atraídos pelo monoteísmo e pelo elevado código moral do Judaísmo encontraram na nova religião tudo aquilo que eles tinham procurado”.
Chave para a Bíblia, Wifrid John Harrington. 


Harrington, Wifrid John. Chave para a Bíblia: a revelação: a promessa: a realização. 1a Ed, São Paulo. Ed. Paulinas, 1985
Novelino, Corina. A Grande Espera. Pelo Espírito Eurípedes Barsanulfo. 11ª  ed, São Paulo. IDE, 2008.
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-eram-os-essenios/. Pesquisa feita em julho/2018.
http://www.larousse.fr/encyclopedie/images/Lempire_dAlexandre_et_son_partage/1009143. Pesquisa feita em Julho/2018.
https://pt.slideshare.net/drielycristinefernandes/seminrio-alexandria. Pesquisa em Julho/2018
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandria. Pesquisa feita em julho/2018
http://www.galaor.com.br/lingua-franca. Pesquisa feita em julho/2018



[1] Foi fundada em torno de um pequeno "vilarejo" em 331 a.C. por Alexandre, o Grande. Permaneceu como capital do Egito durante mil anos, até à conquista muçulmana do Egito, quando a capital passou a ser Fostate (que foi depois incorporada no Cairo). Alexandria era conhecida pelo Farol de Alexandria (uma das sete maravilhas do mundo antigo), pela Biblioteca de Alexandria (a maior do mundo antigo) e pelas catacumbas de Kom el Shoqafa (uma das sete maravilhas do mundo medieval). (Wikipedia)

[2] Essenios eram adeptos de uma seita judaica que existiu na Palestina, no Oriente Médio, entre os séculos 2 a.C. e 1 d.C. Viviam afastados da sociedade e de forma que todos os bens eram de propriedade coletiva. Em suas sociedades, que em geral excluíam mulheres, eles observavam rigorosamente os mandamentos de Moisés. O surgimento da seita ocorreu numa época em que a classe alta de Jerusalém, na Palestina, estava sob forte influência da cultura grega – racional e pagã. Os essênios provavelmente foram exterminados pelos romanos, ou obrigados a deixar suas comunidades e fugir para salvar suas vidas, por volta do ano 68 d.C (Revista Superinteressante)
[3] Lingua franca (sem acento no ‘i’) é uma expressão latina para língua de contato ou língua de relação resultante do contato e comunicação entre grupos ou membros de grupos linguisticamente distintos para o comércio internacional e outras interações mais extensas. (Galaor Bortoletto)

7. I) Povos de Israel. Esdras e Neemias. Profetas.


“Depois do desaparecimento de Zorobabel, parece que o distrito de Judá foi administrado por Samaria. Houve constante atrito com os funcionários samaritanos; as tentativas para construir os muros de Jerusalém foram frustradas. Em 445 a.C., uma delegação de Jerusalém, chefiada por Hanani (irmão de Neemias), foi a Susa, a capital persa. Neemias, copeiro (posição de alto posto) de Artaxerxes I, foi informado das deploráveis condições de Judá. Aproveitando de seu acesso ao rei, tinha se investido de todos os poderes para restaurar as fortificações de Jerusalém; ele pode ter sido indicado imediatamente governador de Judá. (...)

Em 428 a.C., Esdras veio da Babilonia a Jerusalém na chefia de um grande grupo. Dois meses depois de sua chegada, na Festa dos Tabernáculos, ele iniciou sua reforma, que teve o apoio do sumo sacerdote Joanã. Ele leu a lei para o povo e jurou observá-la.  (...)
De qualquer forma, Neemias e Esdras tinham estabelecido entre si uma teocracia e fundaram o Judaísmo. Os judeus estavam politicamente sujeitos à Pérsia, mas formaram uma comunidade reconhecida e foram autorizados a regulamentar os negócios internos de acordo com a Lei de seu Deus. E a Lei que Esdras tinha trazido consigo e em torno da qual tinha organizado a comunidade judaica, é provavelmente a Torá completa, o Pentateuco. O que é certo é que dali em diante o sinal distintivo de um judeu seria a aderência à Lei de Moisés.”
Chave para a Bíblia, Wifrid John Harrington. 

“E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel.
E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês.
E leu no livro diante da praça, que está diante da porta das águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens e mulheres, e os que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei.”

Biblia Sagrada,
Neemias 8:1-3



PROFECIAS SOBRE JESUS


“E há de ser que, quando forem cumpridos os teus dias, para ires a teus pais, suscitarei a tua descendência depois de ti, um dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino.
Este me edificará casa; e eu confirmarei o seu trono para sempre.
Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; e a minha benignidade não retirarei dele, como a tirei daquele, que foi antes de ti.
Mas o confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será firme para sempre.
Conforme todas estas palavras, e conforme toda esta visão, assim falou Natã a Davi.

1 Crônicas 17:11-15

“Visão de Isaías, filho de Amós, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias, reis de Judá.”

Bíblia Sagrada,
Isaías 1:1

“Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.
Manteiga e mel comerá, quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem.
Na verdade, antes que este menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra, de que te enfadas, será desamparada dos seus dois reis.
Porém o Senhor fará vir sobre ti, e sobre o teu povo, e sobre a casa de teu pai, pelo rei da Assíria, dias tais, quais nunca vieram, desde o dia em que Efraim se separou de Judá.”

Biblia Sagrada,
Isaías 7:14-17

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.
Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.”

Biblia Sagrada,
Isaías 9:6,7

“Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará.
E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor.
E deleitar-se-á no temor do Senhor; e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos.
Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com eqüidade aos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará ao ímpio,
E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins.”

Bíblia Sagrada,
Isaías 11:1-5

“Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime.
Como pasmaram muitos à vista dele, pois o seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens.
Assim borrifará muitas nações, e os reis fecharão as suas bocas por causa dele; porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que eles não ouviram entenderão.”

Biblia Sagrada,
Isaías 52:13-15

“Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR?
Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.
Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.
Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos.
Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca;
como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.
Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido.
E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.
Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.
Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si.
Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.”

Biblia Sagrada,
Isaías 53:1-12

“Palavras de Jeremias, filho de Hilquias, um dos sacerdotes que estavam em Anatote, na terra de Benjamim;
Ao qual veio a palavra do Senhor, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá, no décimo terceiro ano do seu reinado.”


Bíblia Sagrada,
Jeremias 1:1-2

“Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra.
Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA.”


Bíblia Sagrada,
Jeremias 23:5,6

“E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.
Portanto os entregará até ao tempo em que a que está de parto tiver dado à luz; então o restante de seus irmãos voltará aos filhos de Israel.
E ele permanecerá, e apascentará ao povo na força do Senhor, na excelência do nome do Senhor seu Deus; e eles permanecerão, porque agora será engrandecido até aos fins da terra.”


Biblia Sagrada,
Miquéias 5:2-4

“Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta.
E de Efraim destruirei os carros, e de Jerusalém os cavalos; e o arco de guerra será destruído, e ele anunciará paz aos gentios; e o seu domínio se estenderá de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da terra.”

Biblia Sagrada,
Zacarias 9:9,10



“Dele asseveraram os profetas de Israel, muito tempo antes da manjedoura e do calvário: “Levantar-se-á como um arbusto verde, vivendo na ingratidão de um solo árido, onde não haverá graça nem beleza. Carregado de opróbrios e desprezado dos homens, todos lhe voltarão o rosto. Coberto de ignomínias, não merecerá consideração. É que Ele carregará o fardo pesado de nossas culpas e de nossos sofrimentos, tomando sobre si todas as nossas dores. Presumireis na sua figura um homem vergando ao peso da cólera de Deus, mas serão os nossos pecados que o cobrirão de chagas sanguinolentas e as suas feridas hão de ser a nossa redenção. Somos um imenso rebanho desgarrado, mas, para nos reunir no caminho de Deus, Ele sofrerá o peso das nossas iniquidades. Humilhado e ferido, não soltará o mais leve queixume, deixando-se conduzir como um cordeiro ao sacrifício. O seu túmulo passará como o de um malvado e a sua morte como a de um ímpio. Mas, desde o momento em que oferecer a sua vida, verá nascer uma posteridade e os interesses de Deus hão de prosperar nas suas mãos.”
Francisco Candido Xavier/Emmanuel. A caminho da luz

“E os discípulos de João anunciaram-lhe todas estas coisas.
E João, chamando dois dos seus discípulos, enviou-os a Jesus, dizendo: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?
E, quando aqueles homens chegaram junto dele, disseram: João o Batista enviou-nos a perguntar-te: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?
E, na mesma hora, curou muitos de enfermidades, e males, e espíritos maus, e deu vista a muitos cegos.
Respondendo, então, Jesus, disse-lhes: Ide, e anunciai a João o que tendes visto e ouvido: que os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres anuncia-se o evangelho.
E bem-aventurado é aquele que em mim se não escandalizar.
E, tendo-se retirado os mensageiros de João, começou a dizer à multidão acerca de João: Que saístes a ver no deserto? uma cana abalada pelo vento?
Mas que saístes a ver? um homem trajado de vestes delicadas? Eis que os que andam com preciosas vestiduras, e em delícias, estão nos paços reais.
Mas que saístes a ver? um profeta? Sim, vos digo, e muito mais do que profeta.
Este é aquele de quem está escrito: Eis que envio o meu anjo diante da tua face, O qual preparará diante de ti o teu caminho.
E eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João o Batista; mas o menor no reino de Deus é maior do que ele.
E todo o povo que o ouviu e os publicanos[1], tendo sido batizados com o batismo de João, justificaram a Deus.
Mas os fariseus e os doutores da lei rejeitaram o conselho de Deus contra si mesmos, não tendo sido batizados por ele.
E disse o Senhor: A quem, pois, compararei os homens desta geração, e a quem são semelhantes?
São semelhantes aos meninos que, assentados nas praças, clamam uns aos outros, e dizem: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamo-vos lamentações, e não chorastes.
Porque veio João o Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Tem demônio;
Veio o Filho do homem, que come e bebe, e dizeis: Eis aí um homem comilão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e pecadores.
Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos.”

Biblia Sagrada,
Lucas 7:18-35

“Ora, João batizava também em Enom, junto a Salim, porque havia ali muitas águas; e vinham ali, e eram batizados.
Porque ainda João não tinha sido lançado na prisão.
Houve então uma questão entre os discípulos de João e os judeus acerca da purificação.
E foram ter com João, e disseram-lhe: Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tu deste testemunho, ei-lo batizando, e todos vão ter com ele.
João respondeu, e disse: O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu.
Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: Eu não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele.
Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já este meu gozo está cumprido.
É necessário que ele cresça e que eu diminua.
Aquele que vem de cima é sobre todos; aquele que vem da terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é sobre todos.
E aquilo que ele viu e ouviu isso testifica; e ninguém aceita o seu testemunho.
Aquele que aceitou o seu testemunho, esse confirmou que Deus é verdadeiro.
Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus; pois não lhe dá Deus o Espírito por medida.
O Pai ama o Filho, e todas as coisas entregou nas suas mãos.
Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.”

Biblia Sagrada,
João 3:23-36

“Porque Moisés disse aos pais: O Senhor vosso Deus levantará de entre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser.
E acontecerá que toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo.
Sim, e todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também predisseram estes dias.”

Biblia Sagrada,
Atos 3:22-24

COMUNICACOES MEDIUNICAS MENCIONADAS NA BIBLIA

“No segundo ano do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR, por intermédio do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo(...):

Biblia Sagrada,
Ageu 1:1

“Então Ageu, o mensageiro do Senhor, falou ao povo conforme a mensagem do Senhor, dizendo: Eu sou convosco, diz o Senhor.
E o Senhor suscitou o espírito de Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e o espírito de todo o restante do povo, e eles vieram, e fizeram a obra na casa do Senhor dos Exércitos, seu Deus,
Ao vigésimo quarto dia do sexto mês, no segundo ano do rei Dario.”

Biblia Sagrada,
Ageu 1:13-15

Mateus 17:1-9
Marcos 9:1-10
Lucas 9:27-36




Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte,
E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz.

E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.






E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e um para Elias.


E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu.

E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o.
E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre os seus rostos, e tiveram grande medo.
E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos, e não tenhais medo.
E, erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente a Jesus.
E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dentre os mortos.”

“Dizia-lhes também: Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o reino de Deus com poder.
E seis dias depois Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago, e a João, e os levou sós, em particular, a um alto monte;
e transfigurou-se diante deles;
E as suas vestes tornaram- se resplandecentes, extremamente brancas como a neve, tais como nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia branquear.
E apareceu-lhes Elias, com Moisés, e falavam com Jesus.






E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Mestre, é bom que estejamos aqui; e façamos três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.
Pois não sabia o que dizia, porque estavam assombrados.
E desceu uma nuvem que os cobriu com a sua sombra,

 e saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu filho amado; a ele ouvi.






E, tendo olhado em redor, ninguém mais viram, senão só Jesus com eles.
E, descendo eles do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, até que o Filho do homem ressuscitasse dentre os mortos.
E eles retiveram o caso entre si, perguntando uns aos outros que seria aquilo, ressuscitar dentre os mortos.”
E em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte até que vejam o reino de Deus.


“E aconteceu que, quase oito dias depois destas palavras, tomou consigo a Pedro, a João e a Tiago, e subiu ao monte a orar.

E, estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e a sua roupa ficou branca e mui resplandecente.

E eis que estavam falando com ele dois homens, que eram Moisés e Elias,
Os quais apareceram com glória, e falavam da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém.
E Pedro e os que estavam com ele estavam carregados de sono; e, quando despertaram, viram a sua glória e aqueles dois homens que estavam com ele.
E aconteceu que, quando aqueles se apartaram dele, disse Pedro a Jesus: Mestre, bom é que nós estejamos aqui, e façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés, e uma para Elias,
não sabendo o que dizia.

E, dizendo ele isto, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e, entrando eles na nuvem, temeram.
E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho; a ele ouvi.






E, tendo soado aquela voz, Jesus foi achado só;

e eles calaram-se, e por aqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.”


 “Transfigurando se diante de Pedro, Tiago e João e fazendo com que Moisés e Elias aparecessem ao seu lado, Jesus deu a seus discípulos uma prova segura e concreta da imortalidade da alma. Quando ele desencarnasse no alto da cruz, estes discípulos se recordariam da cena da transfiguração e não perderiam a fé. Foi tão real a materialização dos dois profetas ao lado de Jesus, que Pedro pede permissão para levantar os tabernáculos, um para cada um. Esta idéia foi afastada não só pela impossibilidade de executá-la, como também porque Jesus quer que seu tabernáculo seja o nosso próprio coração, purificado pela fiel observância de seus ensinamentos.(...)
Tomada em seu sentido simbólico, a transfiguração significa que as provas materiais, quando cumpridas de conformidade com as leis divinas, transfiguram o espírito, tornando-o puro e luminoso.
A transfiguração pertence à categoria dos fenômenos de efeitos físicos e já foi observada nas sessões experimentais de efeitos físicos, nas quais se assistiu a médiuns se transfigurarem e tornarem-se luminosos.”

Eliseu Rigonatti, O evangelho dos humildes

“E, cumprindo-se o dia de Pentecostes[2], estavam todos concordemente no mesmo lugar;
E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.
E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.
E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando?
Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?
Partos e medos, elamitas


Fonte: Wikipedia

 e os que habitam na Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Asia,
E Frígia e Panfília,


Fonte: Wikipedia


Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos,
Cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.
E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?
E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto[3].”

Biblia Sagrada, Atos 2:1-13


VOLTA DE ELIAS

“Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor;
E ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.”


Biblia Sagrada,
Malaquias 4:5,6

“Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele.
E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele[4].
Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.
E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir.
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça[5].”

Biblia Sagrada,
Mateus 11:11-15

Mateus 17:10-13
Marcos 9:11-13
“E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas;


Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram.
Assim farão eles também padecer o Filho do homem.
Então entenderam os discípulos que lhes falara de João o Batista.”
“E interrogaram-no, dizendo: Por que dizem os escribas que é necessário que Elias venha primeiro?
E, respondendo ele, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e todas as coisas restaurará;
e, como está escrito do Filho do homem, que ele deva padecer muito e ser aviltado.
Digo-vos, porém, que Elias já veio, e fizeram-lhe tudo o que quiseram, como dele está escrito.”


“Dizendo que Elias já viera, Jesus demonstra a seus discípulos a reencarnação dos espíritos, os quais se reencarnam periodicamente, não só para progredirem e saldarem o passado culposo, como também para desempenharem tarefas em benefício da coletividade.”

Eliseu Rigonatti, O Evangelho dos humildes

“A reencarnação fazia parte dos dogmas judeus sob o nome de ressurreição. Somente os saduceus, que pensavam que tudo acabava com a morte, não acreditavam nela. As ideias dos judeus sobre essa  questão, como sobre muitas outras, não estavam claramente definidas, porque só tinham noções vagas e incompletas sobre a alma e a sua ligação com o corpo. Eles acreditavam que um homem poderia reviver, sem terem uma ideia precisa da maneira porque isso se daria, e designavam pela palavra ressurreição o que o Espiritismo chama, mais justamente, de reencarnação. Com efeito, a ressurreição supõe o retorno à vida do próprio cadáver, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já estão há muito dispersos e absorvidos. A reencarnação é a volta da alma ou do Espírito à vida corpórea, mas num outro corpo, novamente constituído, e que nada tem a ver com o antigo. A palavra ressurreição podia, assim, aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias nem aos demais profetas. Se, portanto, segundo sua crença, João Batista era Elias, o corpo de João não poderia ser o de Elias, pois João tinha sido visto criança, e seus pais eram conhecidos. João podia ser, pois, Elias reencarnado, mas não ressuscitado.”
O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec

Bíblia Sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida.
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Brasilia, FEB, 2013. 131ª Edicao.

Xavier, Francisco Candido. A caminho da luz. Pelo Espírito Emmanuel. 38 ed, Brasília: FEB, 2016.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pentecostes. Pesquisa feita em Outubro/18.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Elam. Pesquisa feita em Outubro/18.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Panf%C3%ADlia. Pesquisa feita em Outubro/18.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mosto. Pesquisa feita em Outubro/18.

Rigonatti, Eliseu. O evangelho dos humildes. Disponível em http://bvespirita.com/Livros2-O.html. Pesquisa feita em Janeiro/2019.

Atualizado em 05/09/2019



[1] Por publicanos eram chamados, na Roma Antiga, “os cavaleiros arrendatários das taxas publicas, encarregados da cobrança dos impostos e das rendas de toda a espécie, fosse na Própria Roma ou em outras partes do Império. (...) O nome de publicanos foi estendido mais tarde a todos os que lidavam com o dinheiro público e aos seus agentes subalternos. Hoje, a palavra é tomada em sentido pejorativo, para designar os negocistas e seus agentes pouco escrupuloso; às vezes dizemos: “Ávido como  publicano; rico como um publicano”, referindo-nos a fortunas de má procedência. Durante a dominação romana, foi o imposto o que os judeus mais dificilmente aceitaram, e o que mais causava irritação entre eles. Provocou numerosas revoltas e foi transformado numa questão religiosa, porque era considerado como contrário à Lei. Chegou-se mesmo a formar um partido poderoso, que tinha por chefe um certo Judas, chamado o Gaulonita, que estabalecera como princípio o não pagamento do imposto. Os judeus tinham, portanto, horror ao imposto e, por consequência, a todos os que se encarregavam de arrecadá-lo. Esse o motivo de sua aversão pelos publicanos de todas as categorias, entre os quais podiam encontrar-se pessoas estimáveis, mas que, em virtude das suas funções, eram desprezadas, juntamente com as pessoas de suas relações, todas confundidas na mesma repulsa. Os judeus bem considerados julgavam comprometer-se, tendo relações intimas com eles.” (Evangelho Segundo o Espiritismo).
[2] O Pentecostes é celebrado 50 dias depois do domingo de Páscoa, e ocorre no sétimo dia depois da celebração da Ascensão de Jesus. Isto porque ele ficou quarenta dias, após Sua ressurreição, dando os últimos ensinamentos a seus discípulos. Se somados os três dias em que ficou na sepultura, são quarenta e três dias. E para os cinquenta dias que se completam da Páscoa até o último dia da grande festa de Pentecostes, sobram sete dias. Foram estes os dias em que os discípulos permaneceram no cenáculo até a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes.
Pentecostes é histórica e simbolicamente ligado ao festival judaico da colheita (Shavuot), que comemora a entrega dos Dez Mandamentos no Monte Sinai cinquenta dias depois do Êxodo. Para os cristãos, o Pentecostes celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e seguidores de Cristo, através do dom de línguas, como descrito no Novo Testamento, durante aquela celebração judaica do quinquagésimo dia em Jerusalém. (Wikipédia)

[3] todo tipo de mistura açucarada destinada à fermentação alcoólica. Em vinicultura, o termo é usado para se referir ao sumo de uvas frescas utilizado antes do processo de fermentação. (Wikipedia)
[4] Do Evangelho Segundo o Espiritismo: “(...)é outra alusão à violência da lei mosaica, que ordenava o extermínio dos infiéis, para a conquista da Terra Prometida, Paraíso dos Hebreus, enquanto que, segundo a nova lei, o céu é ganho pela caridade e pela brandura.”
[5] Do Evangelho Segundo o Espiritismo: “Essas palavras, tão frequentemente repetidas por Jesus, exprimem claramente que nem todos estavam em condições de compreender certas verdades”.