III –
Moisés
“Por volta de 1550, uma nova
dinastia de faraós retoma o poder, expulsa os hicsos e inicia uma outra fase
imperial na história do Egito. Em 1350, acontece uma revolução religiosa.
Amenófis IV substitui o culto de um extraordinariamente grande número de deuses
pela adoração exclusiva de Aton, deus-Sol, mudando simultaneamente seu próprio
nome para Ecnaton. Não é um monoteísmo, isto é, o reconhecimento da existência
de um só Deus, mas antes uma monolatria, ou henoteísmo, o culto a um só deus,
não excluindo a existência de outros. O povo não gostou. E muito menos os
militares e a poderosa corporação dos sacerdotes. (...) Por mais 1.500 anos o
Egito continuará politeísta.
O período subsequente ao breve
reinado de Ecnaton é marcado pela decadência dos costumes. A vulgaridade domina
nas artes e na arquitetura, a pintura não possui o refinamento do passado e o
país fica militar e politicamente enfraquecido. Todavia, o surgimento de uma
nova dinastia forte, com Ramsés I e Setos I, restaura o prestígio egípcio. Em
1301 assume Ramsés II, um dos maiores construtores da história. Ergue o imenso
Ramesseum de Tebas, o grande pátio do templo de Luxor, as colunatas de Karnak.
Quando decide construir duas cidades-fortaleza, Piton e Raamsés, no Delta do
Nilo, cruzam-se novamente a história do Egito e de Israel.”
Uma história do povo judeu, Hans Borger
Fonte: The Bible Unearthed 2 Pitom
Ramses
“E levantou-se um novo rei sobre o
Egito, que não conhecera a José;
O qual disse ao seu povo: Eis que o
povo dos filhos de Israel é muito, e mais poderoso do que nós.
Eia, usemos de sabedoria para com
eles, para que não se multipliquem, e aconteça que, vindo guerra, eles também
se ajuntem com os nossos inimigos, e pelejem contra nós, e subam da terra.
E puseram sobre eles maiorais de
tributos, para os afligirem com suas cargas. Porque edificaram a Faraó
cidades-armazéns, Pitom e Ramessés.
Mas quanto mais os afligiam, tanto
mais se multiplicavam, e tanto mais cresciam; de maneira que se enfadavam por
causa dos filhos de Israel.
E os egípcios faziam servir os
filhos de Israel com dureza;
Assim que lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro e em tijolos, e com todo o trabalho no campo; com todo o seu serviço, em que os obrigavam com dureza.”
Assim que lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro e em tijolos, e com todo o trabalho no campo; com todo o seu serviço, em que os obrigavam com dureza.”
Bíblia Sagrada, Êxodo 1:8-14
“E falou Deus assim: Que a sua
descendência seria peregrina em terra alheia, e a sujeitariam à escravidão, e a
maltratariam por quatrocentos anos.”
Bíblia Sagrada, Atos dos Apostolos, 7:6
“Até que se levantou outro rei, que
não conhecia a José.
Esse, usando de astúcia contra a nossa linhagem, maltratou nossos pais, ao ponto de os fazer enjeitar as suas crianças, para que não se multiplicassem.”
Esse, usando de astúcia contra a nossa linhagem, maltratou nossos pais, ao ponto de os fazer enjeitar as suas crianças, para que não se multiplicassem.”
Biblia Sagrada, Atos 7:18,19
“De repente, além de escravizar os hebreus,
Ramsés também quer extingui-los, ordenando a matança de todos os recém-nascidos
do sexo masculino, a primeira tentativa de genocídio contra Israel.”
Uma história do povo judeu, Hans Borger
“Se quisermos ser mais precisos, devemos
considerar duas alternativas:
1.
Faraó da opressão: Séti I (1317-1301
a.C.)
Faraó do êxodo: Ramsés II (1301-1234
a.C.)
2.
Faraó da opressão: Ramsés II
(1301-1234 a.C.)
Faraó do êxodo: Merneptah (1234-1225
a.C.)”
Chave para a Bíblia, Wilfrid John Harrington
“Então ordenou Faraó a todo o seu
povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as
filhas guardareis com vida.
E foi um homem da casa de Levi e
casou com uma filha de Levi.
E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses.
E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses.
Não podendo, porém, mais escondê-lo,
tomou uma arca de juncos, e a revestiu com barro e betume; e, pondo nela o
menino, a pôs nos juncos à margem do rio.
E sua irmã postou-se de longe, para
saber o que lhe havia de acontecer.
E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas donzelas passeavam, pela margem do rio; e ela viu a arca no meio dos juncos, e enviou a sua criada, que a tomou.
E abrindo-a, viu ao menino e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele, e disse: Dos meninos dos hebreus é este.
E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas donzelas passeavam, pela margem do rio; e ela viu a arca no meio dos juncos, e enviou a sua criada, que a tomou.
E abrindo-a, viu ao menino e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele, e disse: Dos meninos dos hebreus é este.
Então disse sua irmã à filha de
Faraó: Irei chamar uma ama das hebréias, que crie este menino para ti?
E a filha de Faraó disse-lhe: Vai.
Foi, pois, a moça, e chamou a mãe do menino.
Então lhe disse a filha de Faraó:
Leva este menino, e cria-mo; eu te darei teu salário. E a mulher tomou o
menino, e criou-o.
E, quando o menino já era grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e chamou-lhe Moisés, e disse: Porque das águas o tenho tirado.”
E, quando o menino já era grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e chamou-lhe Moisés, e disse: Porque das águas o tenho tirado.”
Bíblia Sagrada, Êxodo 1:22; 2:1-10
“Nesse tempo nasceu Moisés, e era
mui formoso, e foi criado três meses em casa de seu pai. E, sendo enjeitado,
tomou-o a filha de Faraó, e o criou como seu filho. E Moisés foi instruído em
toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras”.
Bíblia Sagrada, Atos dos Apostolos, 7:20-22
“Moisés cresce na corte do faraó,
alheio ao seu povo. Alguma coisa, talvez uma observação pejorativa, traz-lhe a
consciência não ser ele um egípcio. E fora dos limites palacianos descobre os
Bne Israel, o mundo dos escravos, dos campos de trabalho”.
Uma história do povo judeu, Hans Borger
“E aconteceu naqueles dias que, sendo Moisés já homem, saiu a seus
irmãos, e atentou para as suas cargas;
e viu que um egípcio feria a um hebreu, homem de seus irmãos.
E olhou a um e a outro lado e, vendo que não havia ninguém ali, matou
ao egípcio, e escondeu-o na areia.
E tornou a sair no dia seguinte, e eis que dois homens hebreus
contendiam; e disse ao injusto: Por que feres a teu próximo?
O qual disse: Quem te tem posto a ti por maioral e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio?
Então temeu Moisés, e disse: Certamente este negócio foi descoberto.
Ouvindo, pois, Faraó este caso, procurou matar a Moisés; mas Moisés
fugiu de diante da face de Faraó, e habitou na terra de Midiã, e assentou-se
junto a um poço.”
|
“E, quando completou a idade de quarenta anos, veio-lhe ao coração ir
visitar seus irmãos, os filhos de Israel.
E, vendo maltratado um deles, o defendeu, e vingou o ofendido, matando
o egípcio.
E ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar a
liberdade pela sua mão; mas eles não entenderam.
E no dia seguinte, pelejando eles, foi por eles visto, e quis levá-los
à paz, dizendo: Homens, sois irmãos; por que vos agravais um ao outro?
E o que ofendia o seu próximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu
príncipe e juiz sobre nós?
Queres tu matar-me, como ontem mataste o egípcio?
E a esta palavra fugiu Moisés,
e esteve como estrangeiro na terra de Midiã,
onde gerou dois filhos.”
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Fonte:
CCYeshua
Em Midia Moisés é acolhido pela família de Jetro e casa com sua filha
Zípora.
Êxodo 3:1-10
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Atos 7:30-34
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“E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em
Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e chegou ao monte de Deus, a
Horebe.
E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma
sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia.
E Moisés disse: Agora me virarei para lá, e verei esta grande visão,
porque a sarça não se queima.
E vendo o Senhor que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da
sarça, e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui.
E disse: Não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés; porque o
lugar em que tu estás é terra santa.
Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar
para Deus.
E disse o Senhor: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que
está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores,
porque conheci as suas dores.
Portanto desci para livrá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel; ao lugar do cananeu, e do heteu, e do amorreu, e do perizeu, e do heveu, e do jebuseu.
E agora, eis que o clamor dos filhos de Israel é vindo a mim, e também
tenho visto a opressão com que os egípcios os oprimem.
Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó para que tires o meu povo (os filhos de Israel) do Egito.” |
“E, completados quarenta anos, apareceu-lhe o anjo do Senhor no
deserto do monte Sinai, numa chama de fogo no meio de uma sarça.
Então Moisés, quando viu isto, se maravilhou da visão; e, aproximando-se para observar, foi-lhe dirigida a voz do Senhor,
Dizendo: Eu sou o Deus de teus pais, o Deus de Abraão, e o Deus de
Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés, todo trêmulo, não ousava olhar.
E disse-lhe o Senhor: Tira as alparcas dos teus pés, porque o lugar em que estás é terra santa.
Tenho visto atentamente a aflição do meu povo que está no Egito, e
ouvi os seus gemidos, e desci a livrá-los.
Agora, pois, vem, e enviar-te-ei ao Egito.
|
E ouvindo o chamado na Sarça Ardente, Moisés volta para o Egito com o
intuito de tirar seu povo da escravidão.
“O relutante profeta volta ao Egito.
O irmão, Aarão, serve-lhe de porta-voz para, em nome do Deus dos Pais, anunciar
aos israelitas que foi enviado pra resgatá-los do cativeiro. Eles acreditam em
Moisés e em sua missão. A conclamação em nome do Deus dos Pais mobiliza-os.
Eles sabem em nome de quem Moisés está falando. Está viva em sua memória a
lembrançca de uma Promessa e uma Aliança com o Deus dos patriarcas. Não fosse
assim, o Êxodo nada mais seria do que um levante de escravos.”
Uma história do povo judeu, Hans Borger
E Moisés solicita ao Faraó do Egito
a libertação dos escravos, e por varias vezes obteve não como resposta. Para
dissuadir o Faraó, as pragas começam a assolar o Egito (Êxodo, 7-11):
1 – As águas tornam-se sangue
2 – Rãs
3 – Piolhos
4 – Moscas
5 – Peste nos Animais
6 – Úlceras
7 – Saraiva (granizo e fogo)
8 – Gafanhotos
9 – Trevas
10 – Morte dos primogênitos
Diversas teorias explicam
cientificamente como tudo teria acontecido. Duas em principal conforme abaixo:
Grande seca no delta do Nilo:
“Uma delas, defendida pelo físico britânico Colin
Humphreys, professor da Universidade de Cambridge, no livro Milagres do Êxodo, de 2003, é de que
uma grande seca foi a responsável pela alteração da água do rio Nilo e causou a
série de eventos.”
1 – Para o biólogo Stephan Pflugmacher, professor da Universidade
Técnica de Berlim, na Alemanha, a água “sanguínea” do Nilo pode ser explicada
por uma proliferação de micro-organismos que tingiram o rio e tornaram a água
imprópria para o uso.
2 – Com a falta de oxigênio na água os sapos fugiram do rio e migraram
para a terra. Outros animais, como os peixes – que não conseguem pular – não
tiveram o mesmo fim e morreram no Nilo.
Erupção do vulcão Thera:
“A outra, desenvolvida por
cientistas como o biólogo canadense Siro Trevisanato, que escreveu o livro As pragas do Egito, em 2005, explica que
uma gigantesca erupção no vulcão Thera, que fazia parte das ilhas Santorini,
atualmente parte da Grécia, causou as maldições em sequência há cerca de 3.500
anos.”
Essa hipótese, retratada no documentário Êxodo Decodificado (The
Exodus Decoded, em inglês), produzido pro James
Cameron em 2010, indica que terremotos que aconteceram há 3 500 anos, em
decorrência da erupção do vulcão Thera, na ilha de Santorini, região grega
localizada a 700 quilômetros do Egito, foram os responsáveis pela transformação
da água.
1 – O líquido do fundo do rio possui grande concentração de ferro
dissolvido. Quando ele se mistura com o gás liberado pelos tremores, o contato
com o oxigênio forma o hidróxido ferroso, mais conhecido como ferrugem – que
possui tonalidade avermelhada.
2 – o gás liberado pelas fendas da terra deixa a água sem oxigênio,
obrigando as rãs a fugirem para a terra.
(3) a seca é o clima ideal para a multiplicação de ovos de piolhos. O
parasita era muito comum no Egito da Antiguidade e várias pessoas raspavam a
cabeça para evitá-lo. Além disso, devido à falta de água limpa, já que a do
Nilo estava imprópria para o consumo, a higiene foi prejudicada – cenário
propício para a reprodução dos bichos.
(4) a falta de água limpa atraiu as moscas por dois motivos: falta de
higiene e morte dos animais do ecossistema do Nilo.
(5) A proliferação de moscas e piolhos, que se iniciou com a falta de água
limpa e pela morte das rãs – predadores naturais desses insetos – foi a
responsável por essa peste. Esses insetos podem carregar vírus e, ao picar os
animais, provocam doenças que podem terminar em morte. Para o físico Colin
Humphreys, um dos principais insetos que causou a morte dos bichos foi a
mosca-de-estábulo, que transmite vírus fatais para cavalos e vacas.
(6) A teoria vulcânica, apresentada no documentário Êxodo Decodificado, discorda dessa hipótese e propõe outra: a erupção do vulcão de
Santorini liberou muito dióxido de carbono e, por causa desse gás, os
habitantes do Egito ganharam bolhas, que resultaram em feridas.
(7) A tese defendida pela física Nadine von Blohm, do Instituto de
Física Atmosférica da Alemanha, aponta para uma chuva de pedras vulcânicas após
a erupção do vulcão de Santorini. Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, em 2010, ela afirmou que quando uma nuvem de cinzas percorre grandes
distâncias, surge umidade na atmosfera. Além disso, também há bastante vapor de
água na nuvem em si. Neste caso, os pequenos fragmentos de cinzas e cristais
teriam formado um núcleo, similar ao granizo, causando a impressão de uma chuva
que mistura água, pedras e fogo.
(8) De acordo com o livro Os Milagres do Êxodo, gafanhotos só invadiram o Egito porque ficaram perturbados com as
alterações climáticas – chuva de granizo ou a erupção do vulcão provocou
alterações no comportamento dos insetos que se agruparam em grandes nuvens.
Outra explicação é o tempo frio e o solo úmido da sétima praga, cenários
propícios para o depósito dos ovos dos gafanhotos. Quando eles eclodiram, veio
a oitava praga.
(9) Uma densa tempestade de areia chamada khamsin, comum até hoje no
deserto, pode ter sido a responsável pelo evento. A hipótese vulcânica,
apresentada no documentário Êxodo Decodificado,
afirma que as cinzas da erupção do vulcão de quase 40 quilômetros de altura e
200 quilômetros de largura tampou o sol e, assim, fez com que o Egito ficasse
na escuridão. Esse pó vulcânico também deu a impressão de que "o escuro
era palpável".
(10) Uma das razões para a última praga é cultural – por ter o
privilégio de se alimentarem primeiro e quando não há alimento para todos, os
filhos mais velhos ingeriram a comida que estava contaminada pelas fezes dos
gafanhotos, depositadas nas lavouras. Intoxicados, foram dormir e não acordaram
mais. Segundo a hipótese vulcânica, os primogênitos morreram devido ao
vazamento de dióxido de carbono, altamente tóxico para os humanos, liberado com
a erupção. Dormir em camas era mais uma das regalias dos primogênitos egípcios.
Enquanto isso, os mais novos dormiam em carroças e telhados. Por estarem mais
próximos do chão, os herdeiros mais velhos inalaram durante o sono o gás que se
desloca junto ao solo e morreram intoxicados.
Nenhuma destas pragas atingiu o povo de Israel, e para isso não consegui
encontrar nenhuma explicação cientifica...
E conta a bíblia que a primeira
Páscoa foi instituída para celebrar este dia, quando os filhos de Israel foram
protegidos desta última praga. Por sete dias, do dia 14 ao 21 do mês comeriam
pães asmos (sem fermento), lembrando do dia em que saíram da terra do Egito.
Aquele mês seria o primeiro dos meses do ano.
“Os israelitas marcham rumo ao
deserto além do qual acena a Terra da Promissão, família por família, clã por
clã, com seus rebanhos e suas posses. Depois de alguns dias chegam à beira do que
a Bíblia chama o “Mar dos Juncos”, provavelmente um braço do Mar Vermelho, na
região do Delta do Nilo. É onde os alcança o exército do faraó, despachado para
fazer os fugitivos voltarem à força. É uma provação dolorosa para Moisés,
quando seu povo, perseguido pelas forças egípcias, clama: “melhor teria sido
servir aos egípcios do que morrer aqui””.
Uma história do povo judeu, Hans Borger
Fonte:
http://palavraeteologia.blogspot.com.br/2011/06/rota-do-exodo.html
Novamente a ciência busca explicar os feitos bíblicos:
“De acordo com pesquisadores do
Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos Estados Unidos e da Universidade do
Colorado, o movimento do vento descrito na Bíblia pode ter, de fato, afastado
as águas sem quebrar nenhuma lei da física. De acordo com o estudo de Carl
Drews e Weiqing Han, publicado em agosto de 2010 na revista científica Plos One, ventos fortes vindos do Leste, soprando durante toda a madrugada,
teriam empurrado a água fazendo surgir uma passagem, permitindo que as pessoas
atravessassem o local com segurança.”
Revista Veja
Estando no deserto, as dificuldades surgiam. Falta de água, falta de
comida. Deus ia suprindo cada necessidade daquele povo.
“Depois fez Moisés partir os
Israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur, e andaram três dias no
deserto, e não acharam águas.
Então chegaram a Mara; mas não
puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas; por isso, chamou-se o seu
nome de Mara.
E o povo murmurou contra Moisés,
dizendo: O que havemos de beber?
E ele clamou ao Senhor, e o Senhor
mostrou-lhe um lenho, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces: ali
lhes deu estatutos e uma ordenação e ali os provou.(...)
E os filhos de Israel di: Quem dera
que nós morrêssemos por mao do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados
junto às panelas da carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes
tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão.
Então disse o Senhor a Moisés: Eis
que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá e colherá cada dia a porção
para cada dia, para que eu veja se anda em minha lei ou não.(...)
E o Senhor falou a Moisés, dizendo:
Tenho ouvido as murmurações dos
filhos de Israel; fala-lhes, dizendo: Entre as duas tardes, comereis carne, e
pela manhã, vos fartareis de pão; e sabereis que sou o Senhor, vosso Deus.
E aconteceu que, à tarde subira,
codornizes, e cobriram o arraial; e, pela manhã, jazia o orvalho ao redor do
arraial.
E alcançando-se o orvalho caído, eis
que sobre a face do deserto estava uma coisa miúda, redonda, miúda como a geada
sobre a terra.
E, vendo-a os filhos de Israel,
disseram uns aos outros: Que é isto? Porque não sabiam o que era. Disse-lhes,
pois, Moisés: Este é o pão que o Senhor vos deu para comer.”
Biblia Sagrada, Exodo 15:22-27; 16:3-15
Hipotese
cientifica (Revista Super interessante): Árvores do gênero dos tamariscos, que
ainda hoje ocorrem na região da Arábia Saudita, produzem uma seiva doce que
serve de alimento para alguns tipos de insetos. O pão que os judeus chamam de
maná seriam gotículas de secreção produzidas por insetos que se alimentam da
seiva, que caem como pequenos flocos cristalizados, semelhantes aos descritos
no Êxodo. Rica em carboidratos, a seiva dos tamariscos fazia do maná uma fonte
de energia essencial para uma multidão que caminhava dia e noite no deserto.
Na
Biblia, Exodo 19:1, temos que “ao terceiro mês da saída dos filhos de Israel da
terra do Egito, no mesmo dia chegaram ao deserto de Sinai”.
“Na lei moisaica, há duas partes distintas: a
Lei de Deus, promulgada no monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, decretada
por Moisés. Uma é invariável; a outra, apropriada aos costumes e ao caráter do
povo, se modifica com o tempo.”
A
lei de Deus Moisés ouviu quando subiu ao monte Sinai neste terceiro mês:
“Então falou Deus todas estas
palavras, dizendo:
Eu sou o Senhor teu Deus, que te
tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Não terás outros deuses diante de
mim.
Não farás para ti imagem de
escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na
terra, nem nas águas debaixo da terra.
Não te encurvarás a elas nem as
servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a
iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me
odeiam.[1]
E faço misericórdia a milhares dos
que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.
Não tomarás o nome do Senhor teu
Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em
vão.
Lembra-te do dia do sábado, para o
santificar.
Seis dias trabalharás, e farás toda
a tua obra.
Mas o sétimo dia é o sábado do
Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha,
nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que
está dentro das tuas portas.
Porque em seis dias fez o Senhor os
céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto
abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.
Honra a teu pai e a tua mãe, para
que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
Não matarás.
Não adulterarás.
Não furtarás.
Não dirás falso testemunho contra o
teu próximo.
Não cobiçarás a casa do teu próximo,
não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o
seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.”
E todo o povo viu os trovões e os
relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando; e o povo, vendo isso
retirou-se e pôs-se de longe.
E disseram a Moisés: Fala tu
conosco, e ouviremos: e não fale Deus conosco, para que não morramos.
E disse Moisés ao povo: Não temais,
Deus veio para vos provar, e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim
de que não pequeis.
E o povo estava em pé de longe.
Moisés, porém, se chegou à escuridão, onde Deus estava.
Então disse o Senhor a Moisés: Assim
dirás aos filhos de Israel: Vós tendes visto que, dos céus, eu falei convosco.
Não fareis outros deuses comigo;
deuses de prata ou deuses de ouro não fareis para vós.
Um altar de terra me farás, e sobre
ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas ofertas pacíficas, as tuas
ovelhas, e as tuas vacas; em todo o lugar, onde eu fizer celebrar a memória do
meu nome, virei a ti e te abençoarei.
E se me fizeres um altar de pedras,
não o farás de pedras lavradas; se sobre ele levantares o teu buril,
profaná-lo-ás.
Também não subirás ao meu altar por degraus, para que a tua nudez não seja descoberta diante deles.
Também não subirás ao meu altar por degraus, para que a tua nudez não seja descoberta diante deles.
Biblia Sagrada, Exodo 20:1-26
“É de todos os tempos e de todos os
países essa lei e tem, por isso mesmo, caráter divino. Todas as outras são leis
que Moisés decretou, obrigado que se via a conter, pelo temor, um povo de seu
natural turbulento e indisciplinado, no qual tinha ele de combater arraigados abusos
e preconceitos, adquiridos durante a escravidão do Egito. Para imprimir
autoridade às suas leis, houve de lhes atribuir origem divina, conforme o
fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem
precisava apoiar-se na autoridade de Deus; mas só a ideia de um Deus terrível
podia impressionar criaturas ignorantes, nas quais ainda pouco desenvolvidos se
encontravam o senso moral e o sentimento de uma justiça reta”.
O Evangelho Segundo o Espiritismo,
Allan Kardec.
Além dos Dez Mandamentos, Moisés instituiu outros estatutos, que
conforme a passagem do Evangelho acima, serviam para apaziguar os conflitos dos
homens daquele tempo (Ver Exodo 21-23:1-19 e Levítico, Numeros, Deuteronomio).
“Pode, pois, haver revelações sérias
e verdadeiras como as há apócrifas e mentirosas. O caráter essencial da
revelação divina é o da eterna verdade. Toda revelação eivada de erros ou
sujeita a modificação não pode emanar de Deus. É assim que a Lei do Decálogo
tem todos os caracteres de sua origem, enquanto as outras leis moisaicas,
fundamentalmente transitórias, muitas vezes em contradição com a lei do Sinai,
são obra pessoal e política do legislador hebreu. Com o abrandarem-se os
costumes do povo, essas leis por si mesmas caíram em desuso, ao passo que o
Decálogo ficou sempre de pé, como farol da humanidade.”
A Gênese, Allan Kardec
“A este Moisés, ao qual haviam
negado, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz? a este enviou Deus como
príncipe e libertador, pela mão do anjo que lhe aparecera na sarça.
Foi este que os conduziu para fora, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, e no Mar Vermelho, e no deserto, por quarenta anos.
Foi este que os conduziu para fora, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, e no Mar Vermelho, e no deserto, por quarenta anos.
Este é aquele Moisés que disse aos
filhos de Israel: O Senhor vosso Deus vos levantará dentre vossos irmãos um
profeta como eu; a ele ouvireis.
Este é o que esteve entre a
congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos
pais, o qual recebeu as palavras de vida para no-las dar.
Ao qual nossos pais não quiseram
obedecer, antes o rejeitaram e em seu coração se tornaram ao Egito,”
Biblia Sagrada, Atos 7:35-39
“Moisés, como profeta, revelou aos
homens a existência de um Deus único, Soberano Senhor e Criador de todas as
coisas; promulgou a lei do Sinai e lançou as bases da verdadeira fé. Como
homem, foi o legislador do povo pelo qual essa primitiva fé, purificando-se,
havia de espalhar-se por sobre a Terra”.
A Gênese, Allan Kardec
“Deus é único, e Moisés o Espírito
que Deus enviou com a missão de fazê-lo conhecer, não somente pelos hebreus, mas
também pelos povos pagãos. O povo hebreu foi o instrumento de que Deus se
serviu para fazer sua revelação, através de Moisés e dos profetas, e as
vicissitudes da vida desse povo foram feitas para chocar os homens e
arrancar-lhes dos olhos o véu que lhes ocultava a divindade. Os mandamentos de
Deus, dados por Moisés, trazem o gérmen da mais ampla moral cristã. Os
comentários da Bíblia reduziam-lhes o sentido, porque, postos em ação em toda a
sua pureza, não seriam então compreendido. Mas os dez mandamentos de Deus nem
por isso deixaram de ser o brilhante frontispício da obra, como um farol que
devia iluminar para a Humanidade o caminho a percorrer. A moral ensinada por
Moisés era apropriada ao estado de adiantamento em que se encontravam os povos chamados
à regeneração. E esses povos, semisselvagens quanto ao aperfeiçoamento espiritual,
não teriam compreendido a adoração de Deus sem os holocaustos ou sacrifícios,
nem que se pudesse perdoar a um inimigo. Sua inteligência, notável no tocante
às coisas materiais, e mesmo em relação às Artes e às Ciências, estava muito atrasada em moralidade e eles
não se submeteriam ao domínio de uma religião inteiramente espiritual. Necessitavam
de uma representação semimaterial, como a que então lhes oferecia a religião
hebraica. Os sacrifícios, pois, lhes falavam aos sentidos, enquanto a ideia de
Deus lhes falava ao espírito”.
Um Espírito Israelita, Mulhouse,
1861, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec
“Pois o Senhor teu Deus te abençoou
em toda a obra das tuas mãos; ele sabe que andas por este grande deserto; estes
quarenta anos o Senhor teu Deus esteve contigo, coisa nenhuma te faltou.
Biblia Sagrada, Deuteronômio 2:7
“E te lembrarás de todo o caminho,
pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te
humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os
seus mandamentos, ou não.”
Biblia Sagrada, Deuteronômio 8:2
Entendemos assim que aqueles 40 anos passados no deserto serviram para que
o povo mudasse seus costumes, fortalecesse espiritualmente e desenvolvesse a fé
naquele Deus que tudo proveu e provem sempre.
“A lei mosaica foi a precursora
direta do Evangelho de Jesus. O protegido de Termutis, depois de se beneficiar
com a cultura que o Egito lhe podia prodigalizar, foi inspirado a reunir todos
os elementos úteis à sua grandiosa missão, vulgarizando o monoteísmo e
estabelecendo o Decálogo, sob a inspiração divina, cujas determinações são até
hoje a edificação basilar da Religião da Justiça e do Direito, se bem que as
doutrinas antigas já tivessem arraigado a crença de Deus único, sendo o
politeísmo apenas uma questão simbológica, apta a satisfazer à mentalidade
geral. A legislação de Moisés está cheia de lendas e de crueldades compatíveis
com a época, mas, escoimada de todos os comentários fabulosos a seu respeito, a
sua figura é, de fato, a de um homem extraordinário, revestido dos mais
elevados poderes espirituais. Foi o primeiro a tornar acessíveis às massas
populares os ensinamentos somente conseguidos à custa de longa e penosa
iniciação, com a síntese luminosa de grandes verdades.”
Emmanuel. Chico Xavier
Bíblia Sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida.
Borger, Hans. Uma história do povo judeu. Vol 1 – de Canaã à Espanha. 1ª Ed, São
Paulo: Ed. Sêfer, 1999.
Harrington, Wifrid John. Chave para a Bíblia: a revelação: a promessa: a
realização. 1a Ed, São Paulo. Ed. Paulinas, 1985
http://palavraeteologia.blogspot.com.br/2011/06/rota-do-exodo.html. Pesquisa feita em Outubro/2017
http://veja.abril.com.br/ciencia/a-divisao-do-mar-vermelho-pode-ser-explicada-pela-ciencia/. Pesquisa feita em Outubro/2017
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Brasilia, FEB, 2013. 131ª Edicao.
Kardec,
Allan. A Gênese. Tradução de Victor
Tollendal Pacheco e apresentação e notas de J. Herculano Pires. 23 ed. São
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Xavier, Francisco Candido. Emmanuel. Brasilia, FEB, 1938. 15ª Edicao
https://www.youtube.com/watch?v=9U4to2sFTMM.
The Bible Unearthed 2 pitom Ramsés.
Acesso em Setembro/2017
https://ccyeshuaemportugues.wordpress.com/2015/04/22/moises-foge-do-egito-para-midia-exodo-2/.
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Pesquisa feita em Outubro/2017
https://super.abril.com.br/historia/milagres-naturais/. Pesquisa feita
em Outubro/2017
.
Atualizado em 21/10/2018
[1] No Evangelho Segundo o Espiritismo temos a Nota do
Editor (1947): Allan Kardec cita a parte mais importante do primeiro
mandamento, e deixa de transcrever as seguintes frases: “...porque eu, o Senhor
vosso Deus, sou Deus zeloso, que puno a iniquidade dos pais nos filhos, na
terceira e na quarta gerações daqueles que me aborrecem, e uso de misericórdia
até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.” (Êxodo,
20:5 e 6.) Nas traduções feitas pelas Igrejas católica e protestante, essa
parte do mandamento foi truncada para harmonizá-la com a doutrina da encarnação
única da alma. Onde está “na terceira e na quarta gerações”, conforme a
tradução Brasileira da Bíblia, a Vulgata Latina (in tertiam et quartam
generationem), a tradução de Zamenhof (en la tria kaj kvara generacioj),
mudaram o texto para “até a terceira e quarta gerações”. Esses textos truncados
que aparecem na tradução da Igreja Anglicana, na Católica de Figueiredo, na
Protestante de Almeida e outras, tornam monstruosa a Justiça divina, pois que
filhos, netos, bisnetos, tetranetos inocentes teriam de ser castigados pelo
pecado dos pais, avós, bisavós, tetravós. Foi uma infeliz tentativa de
acomodação da Lei à vida única. O texto certo que, por mercê de Deus, já está
reproduzido pelas edições recentíssimas a que nos referimos — traduções
Brasileira e de Zamenhof —, que conferem com São Jerônimo, mostra que a Lei
ensina veladamente a reencarnação e as expiações e provas. Na primeira e na
segunda gerações, como contemporâneos de seus filhos e netos, o Espírito
culpado ainda não reencarnou, mas um pouco mais tarde — na terceira e quarta
gerações — já ele voltou e recebe as consequências de suas faltas. Assim, o
culpado mesmo, e não outrem, paga sua dívida. Logo, tem-se de excluir a 1a e 2a
gerações e expressar “na” 3a e 4a , como realmente é o original. Achamos
conveniente acrescentar aqui esta nota, para facilitar a compreensão do
estudioso que confronte a sua tradução da Bíblia com a citação do Mestre